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Neoenergia vende hidrelétrica Baixo Iguaçu para EDF em negócio de R$ 1,4 bilhão

Neoenergia vende hidrelétrica Baixo Iguaçu para EDF em negócio de R$ 1,4 bilhão

Movimento faz parte da estratégia de rotação de ativos da empresa e pode redefinir o setor elétrico no Paraná

A Neoenergia anunciou a venda de sua participação na Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, localizada no Paraná, para a EDF Brasil. O acordo, avaliado em R$ 1,4 bilhão, marca um passo importante na estratégia da companhia de otimizar seu portfólio e reforçar a disciplina de capital.

A operação envolve a venda de 100% das ações da Geração Céu Azul, empresa que detém 70% do consórcio operador da usina. No entanto, o desfecho da transação ainda depende do exercício do direito de preferência por parte da Copel, que possui os 30% restantes do consórcio. Além disso, o negócio precisa ser aprovado por órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A UHE Baixo Iguaçu possui uma capacidade instalada de 350 megawatts (MW) e uma garantia física de 172 MW médios (MWm), representando um ativo estratégico para o setor elétrico do Paraná. Com a venda para a EDF Brasil, empresa ligada ao grupo francês EDF (Électricité de France), o controle da usina passa a fazer parte de um dos maiores conglomerados do setor de energia do mundo, trazendo novas perspectivas para sua gestão e operação.

Neoenergia segue com estratégia de rotação de ativos

A venda da usina se alinha ao planejamento da Neoenergia de rotação de ativos e simplificação de sua estrutura empresarial. Segundo Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia, o movimento contribui para a redução da dívida da companhia e melhora seu desempenho financeiro, além de seguir um modelo de M&A (fusões e aquisições) inovador e altamente competitivo.

“Reforçamos nossa estratégia com transações inovadoras e múltiplos superiores às comparações de mercado. Iniciamos 2025 com muita energia, criando valor para o grupo e focando na qualidade do atendimento, descarbonização e melhoria dos nossos indicadores financeiros”, afirmou Capelastegui.

Esse tipo de operação é cada vez mais comum entre grandes players do setor elétrico, que buscam equilibrar seus investimentos entre fontes renováveis, redes de distribuição e projetos estratégicos. A Neoenergia, que é controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, tem apostado fortemente na diversificação de seu portfólio, especialmente com a ampliação de investimentos em energia eólica e solar.

O que muda para o setor elétrico com a venda da usina?

A chegada da EDF Brasil como nova operadora da UHE Baixo Iguaçu pode trazer impactos significativos para o mercado energético do Paraná e da região Sul do Brasil. A EDF é um dos maiores grupos de energia do mundo, com forte atuação em geração renovável, redes de transmissão e distribuição de energia. Sua entrada na operação da usina pode significar novos investimentos, modernização da infraestrutura e uma gestão focada em eficiência operacional.

Além disso, a possibilidade da Copel exercer seu direito de preferência adiciona um componente estratégico ao negócio. Caso a estatal paranaense decida adquirir os 70% da Neoenergia, a usina passaria a ser controlada majoritariamente por uma empresa pública, reforçando a presença do governo estadual no setor elétrico.

Outro ponto relevante é o impacto da transação no planejamento do setor elétrico brasileiro. O volume de energia gerado pela Baixo Iguaçu é essencial para a estabilidade da matriz energética da região Sul, especialmente em momentos de menor capacidade hidrelétrica em outras bacias. Portanto, a continuidade da operação e possíveis novos investimentos na usina são fatores que podem influenciar o mercado a médio e longo prazo.

Perspectivas para 2025 e os próximos passos

Com a venda da usina, a Neoenergia dá um passo importante para manter sua estratégia financeira e continuar investindo em novos empreendimentos. Por outro lado, a EDF Brasil reforça sua presença no país e amplia sua participação no setor elétrico nacional.

O mercado agora aguarda as próximas movimentações, incluindo a decisão da Copel sobre a possibilidade de exercer seu direito de preferência. Além disso, a análise da transação pelas autoridades competentes, como o Cade e a Aneel, será crucial para o andamento do processo. Também são esperados os planos da EDF Brasil para a gestão da UHE Baixo Iguaçu, o que deve impactar o futuro da usina e do setor como um todo.

Independentemente do desfecho final, a transação evidencia um cenário de reestruturação e consolidação no setor elétrico brasileiro, com empresas buscando otimizar seus ativos e atrair novos investidores.

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