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Brasil exporta mais energia com aprimoramento no suprimento e geração

Brasil exporta mais energia com aprimoramento no suprimento e geração

Termelétrica segue sendo predominante, mas excedentes hidrelétricos começam a entrar no mercado externo

O Brasil está aproveitando a melhoria no suprimento de energia elétrica para ampliar suas exportações de eletricidade para os países vizinhos. A última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), destacou que a recuperação das condições hidrelétricas tem reduzido a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, possibilitando um maior volume de energia disponível para exportação.

Na última segunda-feira (3), o Brasil enviou 1.093 Megawatt-médios (MWmédios) para Argentina e Uruguai, um volume equivalente a toda a geração termelétrica da região Sul naquele dia. Até então, a maior parte das exportações vinha justamente da geração termelétrica, mas a tendência agora é que os excedentes hidrelétricos passem a compor uma parcela crescente da energia comercializada com outros países.

Condições climáticas favorecem recuperação do setor elétrico

Os dados apresentados pelo CMSE indicam que as bacias hidrográficas brasileiras começaram o ano de 2025 em um cenário mais equilibrado. Em janeiro, houve aumento do volume de chuvas nas bacias dos rios São Francisco, Tocantins, Xingu, Tapajós e Madeira, compensando a menor precipitação registrada na região Sul. Essa recuperação refletiu diretamente na Energia Natural Afluente (ENA), métrica que indica a quantidade de água disponível para geração hidrelétrica.

Apesar disso, os números ainda apresentam oscilações entre os subsistemas. No mês passado, os níveis de ENA ficaram abaixo da média histórica para o Sudeste/Centro-Oeste (98% da MLT), Sul (70%) e Nordeste (82%), enquanto apenas o Norte registrou uma situação mais favorável, com 108% da Média de Longo Termo (MLT). Para fevereiro, as previsões indicam cenários variados, dependendo das condições climáticas das próximas semanas.

Se o cenário for otimista, os índices devem ficar em 87% (Sudeste/Centro-Oeste), 70% (Sul), 94% (Nordeste) e 110% (Norte), proporcionando condições mais favoráveis para o armazenamento de energia. No entanto, se a previsão menos favorável se concretizar, os níveis de ENA podem cair drasticamente, com destaque para o subsistema Sul, que chegaria a apenas 39% da MLT, o que exigiria novas estratégias para manter o equilíbrio do sistema elétrico nacional.

Reservatórios garantem segurança energética

Outro fator essencial para o aumento das exportações é a recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas. No final de janeiro, os armazenamentos equivalentes estavam em 62% (Sudeste/Centro-Oeste), 61% (Sul), 70% (Nordeste) e 80% (Norte), o que representa um cenário mais confortável para o fornecimento interno e permite a comercialização de excedentes.

As projeções para o final de fevereiro indicam que os níveis dos reservatórios podem chegar a até 75,8% da capacidade máxima no Sistema Interligado Nacional (SIN), caso as chuvas continuem dentro da média esperada. Isso reforça a viabilidade de manter as exportações sem comprometer a segurança energética do Brasil.

A importância do intercâmbio de energia na América do Sul

O aumento das exportações reforça o papel estratégico do Brasil no setor elétrico da América do Sul. O intercâmbio de energia com Argentina e Uruguai acontece há anos, funcionando como um mecanismo de equilíbrio para os países vizinhos em momentos de maior demanda ou restrição de oferta.

Esse modelo de cooperação regional beneficia tanto os países importadores, que garantem suprimento de energia a preços competitivos, quanto o Brasil, que gera receita adicional com a venda do excedente. Além disso, ao substituir parte da eletricidade gerada por fontes mais poluentes nos países vizinhos, a exportação brasileira contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa na região.

Com a chegada do período de cheias, há expectativa de que os excedentes hidrelétricos passem a compor uma parcela maior do volume exportado, reduzindo a necessidade de acionamento de termelétricas e tornando a comercialização de energia ainda mais sustentável.

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