Primeiro cluster latino-americano a se unir à iniciativa, o Porto do Açu busca reduzir emissões e impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável até 2050
O Porto do Açu, localizado no estado do Rio de Janeiro e considerado uma das maiores iniciativas privadas de infraestrutura na América Latina, acaba de se tornar o primeiro cluster industrial da América do Sul a aderir à iniciativa Transitioning Industrial Clusters (TIC), promovida pelo Fórum Econômico Mundial. Este programa conecta clusters industriais em todo o mundo para impulsionar a transição energética, reduzindo emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e), promovendo crescimento econômico e gerando empregos.
A adesão foi anunciada pela Prumo Logística, empresa responsável pelo desenvolvimento estratégico do Porto do Açu, em parceria com as companhias HIF Latam e Fuella AS, ambas já contratadas para projetos no hub de hidrogênio do Porto. A iniciativa reforça o papel do Porto do Açu como protagonista no avanço das soluções de descarbonização em setores considerados de difícil abatimento de emissões, como a indústria marítima, siderúrgica e petroquímica.
Transformação sustentável e impacto econômico
O cluster de baixo carbono do Porto do Açu tem metas ambiciosas para as próximas décadas. A estimativa é atingir uma redução anual de 26,6 milhões de toneladas de CO2e até 2050, além de criar 34.815 novos empregos e gerar um impacto econômico de aproximadamente 12 bilhões de dólares no PIB anual brasileiro.
“O Porto do Açu é uma peça-chave na transição energética, utilizando a infraestrutura de classe mundial do Brasil e nossas vantagens competitivas em energia renovável, biocombustíveis e biomassa para impulsionar transformações nos setores industriais mais relevantes”, destacou Rogério Zampronha, CEO da Prumo Logística.
O cluster investirá fortemente em tecnologias limpas, como a produção de hidrogênio de baixo carbono, amônia verde e e-metanol, combinando energia renovável da rede elétrica nacional com a construção de parques solares e eólicos offshore. O projeto também inclui a produção de combustível sustentável para aviação (SAF) e o desenvolvimento de um hub para produção de ferro briquetado a quente (HBI), essencial para a descarbonização do setor siderúrgico.
A liderança do Brasil na transição energética global
A adesão do Porto do Açu à iniciativa TIC posiciona o Brasil em um patamar estratégico dentro da agenda global de descarbonização. Segundo Roberto Bocca, chefe do Centro de Energia e Materiais do Fórum Econômico Mundial, “a transição energética enfrenta desafios políticos, tecnológicos e financeiros, e a colaboração pragmática nunca foi tão necessária. O cluster do Porto do Açu, como o primeiro da América Latina a integrar a iniciativa, fortalece uma rede internacional de clusters industriais comprometidos com a construção de um sistema energético seguro, equitativo e sustentável.”
Parcerias que impulsionam o progresso
A colaboração entre Prumo, HIF Latam e Fuella AS reflete o comprometimento das empresas em viabilizar soluções inovadoras. A HIF, pioneira na produção de combustíveis eletrônicos (e-Fuels), celebra a oportunidade de contribuir com o projeto. “Operamos a primeira instalação de e-Fuels do mundo há mais de um ano, e acreditamos que o cluster do Porto do Açu será um pilar fundamental para construir um futuro sustentável”, comentou Victor Turpaud, CEO da HIF Latam.
Já a Fuella AS, especializada em soluções de hidrogênio e amônia verde, vê a iniciativa como alinhada à sua missão global. “Ao aproveitar o potencial de energia renovável do Brasil, estamos contribuindo para a transição mundial rumo a combustíveis livres de emissões”, destacou Thorsten Helms, Diretor Executivo da empresa.
Portos como protagonistas da descarbonização
Além de suas funções tradicionais de logística e comércio global, os portos estão se tornando hubs estratégicos para a descarbonização de indústrias intensivas em emissões. Segundo Zampronha, “infraestruturas portuárias como o Açu desempenham papel essencial na descarbonização, especialmente de setores marítimos e siderúrgicos.”
Com essa adesão, o Porto do Açu se consolida como referência na América Latina e entra para uma rede global de clusters industriais que trabalham juntos para criar soluções climáticas, econômicas e sociais integradas.