Recursos serão usados para financiar cinco usinas solares, reforçando o compromisso da empresa com a transição energética sustentável
A transição energética no Brasil acaba de ganhar um reforço significativo. A GreenYellow, multinacional francesa especializada em soluções energéticas, anunciou a emissão de suas primeiras debêntures incentivadas, arrecadando R$ 85 milhões para investir em projetos de geração distribuída de energia renovável. Este movimento é um marco para o setor, já que a operação foi viabilizada pela Lei 14.801, promulgada em março de 2024, que abriu novas possibilidades para players de geração distribuída acessarem o mercado de capitais.
A emissão, finalizada em dezembro de 2024, foi estruturada com o apoio do Itaú BBI como coordenador-líder. Os recursos captados têm como destino o reembolso parcial de investimentos já realizados em cinco usinas localizadas nas cidades de Milagres (BA), Birigui (SP), Bilac (SP), Novo Ubiratã (MT) e Cajuru (SP). Com um prazo de 16 anos e classificação de risco AA-, concedida pela Fitch Ratings, o projeto simboliza um avanço importante na credibilidade e no potencial de investimento do setor de geração distribuída no Brasil.
De acordo com Marcelo Xavier, presidente da GreenYellow no Brasil, o sucesso dessa operação representa um passo decisivo para a empresa “Com esse projeto, a GreenYellow no Brasil fortalece seu posicionamento como um player de infraestrutura que investe nos próprios projetos, a fim de acelerar a transição energética no país”.
A importância da Lei 14.801
A publicação da Lei 14.801 foi um divisor de águas para o setor. Antes dela, as empresas de geração distribuída enfrentavam desafios para acessar modalidades de financiamento como as debêntures incentivadas, que oferecem benefícios fiscais e atraem investidores interessados em projetos de infraestrutura. A legislação ampliou as oportunidades para empresas como a GreenYellow, permitindo que recursos significativos fossem direcionados à expansão de fontes renováveis, essenciais para a descarbonização da matriz energética nacional.
O caso da GreenYellow destaca não apenas a viabilidade econômica dos projetos de geração distribuída, mas também o alinhamento entre políticas públicas e iniciativas privadas. Essa sinergia se torna ainda mais relevante em um cenário onde o Brasil busca consolidar sua posição como um líder global em sustentabilidade.
Solidez e inovação
A obtenção de um rating público pela Fitch Ratings foi um dos aspectos mais marcantes dessa emissão. A classificação AA- reflete a segurança do investimento e a solidez dos projetos desenvolvidos pela GreenYellow. Essa credibilidade é essencial para atrair investidores e fomentar o crescimento de um setor estratégico para o futuro energético do país.
Outro ponto que merece destaque é a escolha das localizações das usinas. Distribuídas em quatro estados, essas plantas não apenas geram energia renovável, mas também promovem desenvolvimento regional, gerando empregos e contribuindo para a economia local.
A emissão de debêntures incentivadas pode se tornar uma ferramenta estratégica para financiar a expansão da geração distribuída, que já demonstra crescimento exponencial no Brasil, impulsionada por políticas de incentivo e pelo interesse crescente de consumidores em fontes de energia mais sustentáveis.