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Líderes Globais Debatem Soluções para Acelerar a Transição Energética na Assembleia da IRENA 2025

Líderes Globais Debatem Soluções para Acelerar a Transição Energética na Assembleia da IRENA 2025

Encontro reúne mais de 140 países e reforça a necessidade de avanços urgentes em energia renovável para enfrentar a crise climática e promover desenvolvimento sustentável

A 15ª Assembleia da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) reuniu 1.500 delegados de 140 países em Abu Dhabi sob o tema “Acelerando a Transição de Energia Renovável – O Caminho a Seguir”. O evento marcou um ponto crítico para o avanço da transição energética global, especialmente em um momento em que o mundo enfrenta os impactos do ano mais quente já registrado, crises econômicas e uma dependência persistente de combustíveis fósseis.

Francesco La Camera, Diretor-Geral da IRENA, destacou a urgência de moldar políticas e estratégias que priorizem segurança energética, desenvolvimento socioeconômico e soluções financeiras inovadoras para impulsionar a transformação global. “Estamos longe de atingir os níveis necessários para limitar o aquecimento global a 1,5°C”, afirmou, enfatizando que as adições de capacidade de energia renovável precisam atingir 11,2 terawatts até 2030, muito acima do recorde estimado para 2024, de 530 gigawatts.

Um apelo global para a ação climática

Selwin Hart, Conselheiro Especial do Secretário-Geral da ONU, reforçou a importância de não deixar países em desenvolvimento para trás na transição energética. Ele destacou que investimentos em energia limpa precisam ser multiplicados por seis nessas regiões para atingir as metas climáticas globais.

O Ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira de Oliveira, também participou da Assembleia, representando o G20 cessante e a presidência entrante da COP30. Silveira enfatizou a necessidade de aumentar a ambição nos novos planos climáticos nacionais (NDCs 3.0) e apresentou a proposta de sediar o Secretariado da nova Coalizão Global para Planejamento Energético.

A desigualdade geográfica na implantação de energia renovável foi um dos principais tópicos discutidos. Atualmente, 85% da capacidade instalada está concentrada em países desenvolvidos, enquanto apenas 1,6% se encontra na África. Para enfrentar essa disparidade, iniciativas como a Parceria Acelerada para Energias Renováveis na África (APRA) estão buscando atrair investimentos e superar barreiras financeiras e estruturais no continente.

Financiamento insuficiente e infraestrutura defasada

Embora o investimento global em energia renovável e eficiência energética tenha alcançado US$ 0,9 trilhão em 2023, o valor necessário até 2030 é de US$ 3,8 trilhões por ano. A IRENA e seus parceiros, como o Banco Africano de Desenvolvimento, destacaram a importância de criar um ambiente propício para atrair investimentos, mitigar riscos financeiros e aumentar a disponibilidade de financiamento concessional.

No entanto, a transição energética também enfrenta desafios relacionados à infraestrutura. Sistemas de transmissão e distribuição precisam ser modernizados e ampliados para suportar uma maior participação de energias renováveis. Representantes do setor privado destacaram a necessidade de políticas claras, licenciamento mais ágil e reformas regulatórias para acelerar o processo.

Jovens e cooperação global no centro da transição

Um marco do evento foi a participação de 111 jovens no sexto Fórum da Juventude da IRENA, que promoveu diálogos intergeracionais para amplificar as vozes de jovens inovadores na política energética global.

A Assembleia reforçou que o multilateralismo será essencial em 2025, com as conferências da COP29 e COP30 e a próxima atualização dos planos climáticos nacionais. Os delegados concluíram que não haverá solução para a crise climática sem cooperação global intensificada.

O futuro da transição energética

Com metas ambiciosas de neutralidade de carbono e a promessa de um futuro sustentável, a 15ª Assembleia da IRENA serviu como um importante lembrete de que, apesar dos progressos, muito ainda precisa ser feito. O apelo dos líderes presentes foi claro: acelerar a transição energética é não apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade de desenvolvimento econômico e justiça social.

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