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Brasil Avança em Importação de Energia da Venezuela: Bolt Obtém Autorização para Testes

Brasil Avança em Importação de Energia da Venezuela: Bolt Obtém Autorização para Testes

Medida busca reduzir custos e suprir demanda energética de Roraima, único estado fora do Sistema Interligado Nacional

O governo brasileiro autorizou a comercializadora e geradora de energia Bolt Energy a realizar testes técnicos para importar energia elétrica da Venezuela. A decisão foi tomada durante a 300ª reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada nesta quinta-feira (9). A autorização agora segue para avaliação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), conforme os trâmites legais.

A iniciativa faz parte de um esforço contínuo do governo federal para reduzir os custos de geração de energia em Roraima, o único estado brasileiro que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Atualmente, o suprimento energético do estado depende de usinas termelétricas locais, que utilizam combustível subsidiado pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um encargo repassado a todos os consumidores do país e que representa custos bilionários.

Importação de Energia: Um Passo Estratégico

No final de 2023, o governo Lula anunciou a retomada do projeto de importação de energia da Venezuela, que estava paralisado devido a pendências técnicas. A intenção é substituir parte da geração termelétrica em Roraima por uma solução mais econômica e sustentável.

Embora outras empresas, como Âmbar Energia e Eneva, já tenham sido habilitadas para operar nesse mercado, as operações não se concretizaram devido à necessidade de testes nas interligações existentes entre os dois países. A licença anteriormente concedida à Âmbar Energia expirou antes da conclusão dos procedimentos técnicos.

Com a autorização para a Bolt, há expectativa de avanços significativos no processo, que é visto como uma solução viável para mitigar o impacto financeiro da geração térmica no estado.

Os Desafios de Roraima

Roraima é o único estado brasileiro não integrado ao SIN, uma condição que se agravou em 2019, quando o fornecimento de energia da Venezuela foi interrompido devido à crise energética no país vizinho. Desde então, a dependência de termelétricas locais tem pressionado os custos de geração, subsidiados pela CCC, e ampliado os impactos na conta de luz de consumidores em todo o Brasil.

Além dos altos custos, o modelo atual apresenta limitações em termos de sustentabilidade. A substituição por energia importada da Venezuela, que historicamente fornecia energia para o estado, é vista como uma oportunidade de diversificar a matriz energética local e reduzir os custos operacionais.

Próximos Passos

A autorização para a Bolt realizar testes é um avanço importante, mas ainda há etapas a serem cumpridas antes da operação efetiva. A Aneel analisará a viabilidade do projeto e dará o parecer final para a execução da importação.

Caso a operação seja bem-sucedida, a energia importada será integrada ao sistema de Roraima, aliviando parte da dependência de combustíveis fósseis e gerando economia para o estado e para os consumidores brasileiros que arcam com os custos da CCC.

Impacto no Setor Elétrico

A medida reflete o compromisso do governo em buscar alternativas para otimizar os custos do setor elétrico e ampliar a sustentabilidade da matriz energética. Além disso, o projeto reforça a importância de uma cooperação regional com países vizinhos, que detém infraestrutura energética capaz de contribuir para as demandas do Brasil.

Com o avanço nas negociações e a execução dos testes técnicos, espera-se que a importação de energia da Venezuela seja regularizada em breve, proporcionando benefícios econômicos e ambientais para Roraima e para o país como um todo.

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