Parceria vai gerar energia limpa e promover soluções sustentáveis a partir de biogás nos ecoparques do Rio de Janeiro
O setor energético brasileiro celebra mais um avanço significativo em sua jornada rumo à sustentabilidade. O Grupo Orizon e a Gás Verde anunciaram a criação de duas novas sociedades para construir e operar plantas de biometano nos municípios de São Gonçalo e Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.
A parceria, formalizada em dezembro de 2024, será conduzida pela Bio-E, subsidiária do Grupo Orizon, que dividirá a gestão e os investimentos igualmente com a Gás Verde. Juntas, as empresas prometem transformar os ecoparques da região em potências de produção de biometano, fortalecendo o mercado de gás natural renovável no país.
Milton Pilão, CEO do Grupo Orizon, destacou a relevância estratégica da parceria. “Ao unir nossas competências e vantagens competitivas, estamos criando uma nova oportunidade para multiplicar a oferta de biometano no Brasil. Isso não apenas fortalece nossa operação, mas também contribui para a descarbonização e promove soluções inovadoras para a valorização dos resíduos”, afirmou.
Plantas que unem inovação e sustentabilidade
As novas unidades terão capacidade de produzir cerca de 100 mil m³ de biometano por dia, cada uma, a partir do biogás gerado nos ecoparques do Grupo Orizon. Esses espaços operam como hubs de economia circular, transformando resíduos sólidos urbanos em fontes de energia limpa e renovável.
A Gás Verde, que já domina mais de 50% do mercado de biometano no Brasil, enxerga a parceria como uma oportunidade de consolidar sua liderança e ampliar sua capacidade produtiva. Marcel Jorand, CEO da empresa, reforçou a importância do projeto: “O biometano é uma solução concreta para descarbonizar a indústria, frotas leves e pesadas, e até mesmo a matriz energética brasileira. A demanda pelo combustível é alta, e essa expansão permitirá atender mais setores.”
Impactos no mercado e na transição energética
O biometano produzido nas novas plantas será fundamental para atender à crescente demanda do mercado nacional, que deve alcançar uma produção de 2,15 milhões de m³ diários até 2028. Atualmente, a Gás Verde já produz 160 mil m³ por dia e planeja expandir sua capacidade para 600 mil m³/dia nos próximos quatro anos, convertendo 10 térmicas a biogás em diferentes estados.
Empresas como Ambev, Nestlé e L’Oréal já utilizam o biometano como alternativa ao gás natural convencional, reduzindo significativamente suas emissões de carbono. Além disso, o combustível também abastece postos de combustíveis no Rio de Janeiro, contribuindo para a diversificação da matriz energética brasileira.
“Hoje, o biometano já se mostra como o combustível do futuro, e iniciativas como essa parceria nos permitem dar passos decisivos para sua consolidação no mercado nacional”, ressaltou Jorand.
Novos horizontes para a economia circular
Além da expansão do biometano, a Gás Verde anunciou a inauguração de uma planta de CO2 verde beverage grade em Seropédica (RJ) em 2025. Será a primeira do Brasil derivada do biometano, oferecendo uma solução sustentável para setores como alimentos e bebidas, saneamento e metalurgia.
O Grupo Orizon, por sua vez, segue investindo em seus 17 ecoparques espalhados pelo Brasil. A capacidade total de produção de biogás da companhia é de 2,7 milhões de m³ por dia, e a meta é alcançar 1,3 milhão de m³/dia de biometano nos próximos anos.
“Acreditamos que o futuro da energia está em soluções renováveis, e o biometano tem um papel central nesse cenário. Ao investir em tecnologia e parcerias estratégicas, estamos transformando resíduos em recursos valiosos, promovendo a economia circular e contribuindo para um planeta mais sustentável”, afirmou Pilão.