Nova linha de crédito com R$ 7,7 bilhões fomentará o uso de baterias para atender à crescente demanda por armazenamento no setor elétrico brasileiro
O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) dará um importante passo rumo à modernização do setor energético em 2025. A partir do próximo ano, o FNE Verde, linha de crédito voltada à sustentabilidade, incluirá o financiamento de sistemas de armazenamento de energia por baterias em seu portfólio. O anúncio foi feito após a aprovação do orçamento do FNE para 2025, que será de R$ 47,2 bilhões, dos quais R$ 7,7 bilhões serão destinados ao segmento de energias renováveis e eficiência energética.
Essa medida acompanha a crescente necessidade de investimentos em armazenamento no Brasil, uma demanda impulsionada pelo Leilão de Reserva de Capacidade em forma de Potência, programado para junho de 2025. A principal inovação desse leilão será a contratação de sistemas de armazenamento baseados em baterias, com início de operação previsto para 2029.
Armazenamento: o futuro da matriz energética brasileira
A inclusão de baterias no planejamento energético é um marco para a matriz elétrica brasileira. Esses sistemas permitem o armazenamento do excedente de energia gerado por fontes renováveis, como solar e eólica, e ajudam a estabilizar o sistema elétrico, reduzindo oscilações de geração e consumo.
“A Região Nordeste cumpre um papel crucial na transição energética brasileira, sendo responsável por mais de 80% da energia renovável produzida no país. Por isso, os instrumentos de financiamento, como o FNE Verde, precisam estar alinhados às demandas tecnológicas e ambientais da nossa realidade”, afirma Danilo Cabral, superintendente da Sudene.
Nos últimos anos, os fundos regionais – FNE e FDNE – já foram responsáveis pela maior parte dos financiamentos voltados à construção de plantas de energia solar e eólica no Nordeste. Agora, o foco está na expansão da capacidade de armazenamento, que será essencial para consolidar a liderança da região no setor de energias renováveis.
Baterias: um passo para a transição energética global
O uso de baterias como sistemas de armazenamento tem ganhado destaque mundial, especialmente devido à redução significativa nos custos dessa tecnologia nos últimos anos. Essas soluções têm sido aplicadas para diversas finalidades, como garantir a estabilidade do sistema elétrico, oferecer serviços de qualidade energética e aumentar a eficiência operacional.
No Brasil, o desafio é otimizar o uso das fontes renováveis, aproveitando ao máximo os períodos de maior produção. “O armazenamento por baterias representa uma revolução na forma como gerimos a energia no país. Com essa tecnologia, será possível estocar energia gerada por fontes renováveis e utilizá-la de maneira eficiente durante os períodos de maior consumo”, destaca Cabral.
Além disso, os sistemas de armazenamento têm capacidade de resposta instantânea e flexibilidade operacional, características que os tornam ideais para atender a demanda em regiões com maior variabilidade de consumo. Esse é um ponto crucial para garantir a competitividade e a sustentabilidade do sistema elétrico brasileiro.
Leilão de junho de 2025: um divisor de águas para o setor
O Leilão de Reserva de Capacidade em forma de Potência será um marco para o setor elétrico brasileiro. Pela primeira vez, o certame incluirá a contratação de sistemas de armazenamento de energia, como forma de complementar a geração renovável.
Essa iniciativa busca garantir a segurança no fornecimento de energia em todas as cinco regiões do país, especialmente durante períodos de maior consumo e menor geração de fontes como solar e eólica. A proposta é assegurar que o Brasil continue sua trajetória de expansão sustentável, adaptando-se às demandas tecnológicas e ambientais de um mercado global em constante transformação.