Certames realizados para complementar o fornecimento em 2025 e 2026 movimentaram R$ 6 bilhões e ampliaram a competitividade no setor elétrico brasileiro.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) realizaram nesta sexta-feira (6/12) os Leilões de Energia Existente A-1 e A-2, assegurando uma economia de R$ 1,15 bilhão para os consumidores brasileiros. No total, foram contratados 2.130,3 megawatts médios (MW médios) de energia elétrica para atender às distribuidoras de 14 estados, garantindo o suprimento energético nos próximos dois anos.
Os certames contaram com a participação de 31 agentes vendedores e 18 distribuidoras que atuam nos estados de Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Os resultados reforçam a eficiência do modelo de leilões e demonstram o impacto positivo da competição para a redução de custos no setor elétrico.
Resultados e impacto dos leilões
No lote A-1, com fornecimento de energia previsto para iniciar em janeiro de 2025, foram contratados 1.621,5 MW médios ao preço médio de R$ 162,24/MWh. O certame movimentou R$ 4,6 bilhões e registrou um deságio médio de 18,88% em relação ao preço inicial, gerando uma economia significativa de R$ 1,1 bilhão. Participaram desta etapa 31 agentes vendedores e 17 distribuidoras compradoras.
Já o lote A-2, cujo fornecimento começará em janeiro de 2026, movimentou R$ 1,4 bilhão com a contratação de 508,8 MW médios. O preço médio negociado foi de R$ 161,06/MWh, e o deságio registrado foi de 5,26%, resultando em uma economia de R$ 79,7 milhões em relação ao preço teto. Essa etapa contou com a participação de 11 agentes vendedores e 8 distribuidoras compradoras.
O leilão A-3, que tinha previsão de contratação para suprimento em janeiro de 2027, não registrou interessados, evidenciando que a demanda por energia no horizonte de médio prazo ainda apresenta incertezas.
Avanços do setor elétrico
Os leilões de energia existente têm se consolidado como uma ferramenta estratégica para garantir a segurança do fornecimento elétrico no Brasil, especialmente em períodos de maior demanda. Segundo Fernando Mosna, diretor da Aneel e relator dos leilões, os resultados obtidos nos certames mostram o amadurecimento do setor elétrico nacional e a importância do planejamento estratégico.
“Desde o primeiro leilão de energia existente realizado pela Aneel e pela CCEE, em 2004, o setor evoluiu de forma significativa. Naquele período, nossa matriz elétrica era predominantemente hidrelétrica, com 76% de participação. Hoje, fontes como solar e eólica, que eram praticamente inexistentes, já representam 33% da matriz. Esse progresso reflete como o planejamento e a coordenação entre os diferentes agentes podem gerar grandes avanços para o país”, destacou Mosna.
Energia contratada: panorama do A-1 e A-2
Leilão | Energia Contratada | Preço Médio (R$/MWh) | Deságio | Montante Movimentado | Economia |
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A-1 | 1.621,5 MW médios | R$ 162,24/MWh | 18,88% | R$ 4,6 bilhões | R$ 1,1 bilhão |
A-2 | 508,8 MW médios | R$ 161,06/MWh | 5,26% | R$ 1,4 bilhão | R$ 79,7 milhões |
Economia para os consumidores
O deságio observado nos dois leilões, especialmente no A-1, demonstra o impacto positivo da concorrência entre os agentes vendedores. A economia total gerada pelos certames será repassada diretamente para as tarifas de energia elétrica, beneficiando os consumidores residenciais e empresariais nos estados atendidos.
Além de assegurar o atendimento à demanda, os resultados também sinalizam um ambiente competitivo mais saudável e eficiente no setor elétrico, essencial para a sustentabilidade econômica e energética do país.