Com aumento de demanda em várias regiões e setores, dados da CCEE indicam crescimento no uso de energia elétrica no país
Em outubro de 2024, o consumo de energia elétrica no Brasil registrou um crescimento de 2,1% em relação ao mesmo mês de 2023, totalizando 71.613 MW médios. Os dados são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que acompanha em tempo real os indicadores do setor elétrico, fornecendo informações valiosas para autoridades e para o planejamento do mercado de energia.
O aumento no consumo de energia foi influenciado por diversos fatores, com destaque para temperaturas acima da média, especialmente nas regiões Norte, Sudeste e Sul do Brasil. O calor fez com que muitos consumidores recorressem ao uso intensivo de ar-condicionado e ventiladores, principalmente nos dias mais quentes. Além disso, a economia aquecida também desempenhou um papel fundamental no aumento da demanda de energia, com bons desempenhos em quase todos os setores econômicos.
Distribuição do Consumo: Mercado Regulador e Livre
A maior parte do consumo, cerca de 60%, foi direcionada ao mercado regulado, onde os consumidores compram energia das distribuidoras locais. Nesse segmento, o aumento foi de 1,2% em comparação com o mesmo período de 2023. O crescimento reflete o aumento do uso de energia devido às altas temperaturas e à recuperação econômica em várias regiões.
Já o restante, 40%, foi consumido no mercado livre, onde os consumidores podem escolher seu fornecedor de eletricidade e negociar as condições de contrato. Esse mercado avançou 3,5% no período, impulsionado pelo bom desempenho da economia e pela chegada de novas cargas ao segmento.
Setores Econômicos: Destaques no Consumo de Energia
Entre os 15 setores econômicos monitorados pela CCEE, a indústria automotiva foi a que mais aumentou seu consumo de energia em outubro, com alta de 10% em relação ao mesmo mês de 2023. Este crescimento pode ser atribuído ao aumento da produção e à maior demanda por veículos.
Os ramos de manufaturados diversos e saneamento também apresentaram aumento significativo no consumo de energia, com crescimentos de 9,2% e 7,2%, respectivamente. Esses números indicam uma recuperação e expansão da atividade nesses setores.
Por outro lado, dois setores apresentaram queda no consumo de energia. Telecomunicações teve uma redução de 2,4%, enquanto o setor químico viu um declínio de 4,0%. As quedas podem ser atribuídas a fatores sazonais ou a uma desaceleração pontual nessas áreas.
Consumo de Energia por Região: Diferenças no Uso de Eletricidade
A CCEE também analisou o consumo de energia por região. O aumento no uso de energia foi mais acentuado nas regiões Sul, Sudeste, Norte e em parte do Nordeste, onde as temperaturas elevadas e o bom desempenho econômico contribuíram para a maior demanda de eletricidade. O estado do Maranhão se destacou com o maior aumento percentual, registrando um crescimento de 10,5% no consumo de energia em comparação com outubro de 2023. Em seguida, Santa Catarina também se destacou, com aumento de 9,3%, e o Amazonas com 5%.
Por outro lado, as regiões com temperaturas mais amenas e menos chuvas, como a região central do Brasil e parte do Norte, apresentaram quedas no consumo de energia. Estados como Acre (-5,1%), Amapá (-4,4%) e Goiás (-4,1%) tiveram os maiores recuos no consumo de eletricidade. Essas quedas podem estar ligadas a fatores climáticos menos favoráveis e à redução da demanda em determinados períodos.
Perspectivas Futuras para o Setor Elétrico
O crescimento de 2,1% no consumo de energia elétrica em outubro de 2024 reflete a recuperação econômica e o aumento da demanda por eletricidade devido a fatores climáticos e o uso intensivo de equipamentos de climatização. Para os próximos meses, a CCEE continuará monitorando os dados do setor elétrico e fornecendo as informações necessárias para o planejamento do mercado.
A continuidade desse cenário dependerá de fatores como a evolução da temperatura e o desempenho da economia brasileira, que podem continuar a influenciar diretamente o consumo de energia elétrica. As mudanças climáticas e a eficiência energética também desempenham um papel crucial no cenário futuro do consumo energético no país, com impactos tanto no mercado regulado quanto no livre.