Memorando com gigante chinesa CGNBE prevê investimentos bilionários em projetos de energia solar, eólica offshore e hidrogênio verde no estado
O Governo do Ceará deu mais um passo para consolidar sua posição de destaque no setor de energia renovável. Nesta sexta-feira (22), foi assinado um memorando de entendimento (MoU) com a CGN Brasil Energia (CGNBE), braço do Grupo CGN, gigante chinesa e uma das maiores companhias globais de energia limpa. O documento formaliza a colaboração para desenvolver projetos de energia solar, eólica offshore e a cadeia de hidrogênio verde no estado.
A assinatura ocorreu no Palácio da Abolição, em Fortaleza, e contou com a presença do governador Elmano de Freitas, que celebrou o acordo como uma oportunidade estratégica para impulsionar a economia local e reforçar as relações entre Brasil e China.
“Esse memorando é crucial para consolidar o Ceará como referência nacional em energia renovável. A retomada das relações internacionais do Brasil com a China potencializa investimentos como este, que posicionam nosso estado na vanguarda da transição energética global”, destacou o governador.
O que prevê o acordo
O memorando firmado abrange projetos ambiciosos:
- Eólica offshore: Desenvolvimento de um parque eólico marítimo com capacidade instalada de 1.000 MW, localizado na região costeira do Ceará. Os estudos para viabilizar o projeto devem começar ainda em 2024.
- Energia solar e eólica onshore: Projetos com capacidade instalada de até 400 MW, com destaque para a implantação do Projeto Lagoinha, um parque solar de 194 MWp em Russas, que demandará investimentos de R$ 650 milhões e gerará cerca de 900 empregos diretos e indiretos.
- Hidrogênio verde: Criação de uma planta piloto para produção do combustível limpo, ampliando o pioneirismo do Ceará na adoção dessa tecnologia.
Relações sino-brasileiras fortalecidas
Durante a cerimônia, o governador Elmano de Freitas ressaltou a relevância do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder chinês Xi Jinping, no qual foram definidos seis grupos de trabalho, incluindo infraestrutura e investimentos. A parceria com a CGNBE é um reflexo direto desse alinhamento estratégico entre os dois países.
O CEO da CGNBE, Yao Zhigang, elogiou o potencial do Ceará e destacou o impacto positivo das colaborações anteriores com o estado. “O Ceará é rico em recursos naturais e estratégico para nossos projetos. Estamos honrados em contribuir para o desenvolvimento local e global por meio de energia limpa e sustentável,” afirmou o executivo.
Impacto econômico e social
O Projeto Lagoinha, em particular, é um dos grandes destaques. Além dos empregos gerados, ele representa um passo decisivo na descentralização da geração de energia no Brasil, promovendo o desenvolvimento econômico em regiões interioranas como Russas.
Outros projetos futuros também foram discutidos, com a perspectiva de ampliação dos investimentos e oportunidades de trabalho no estado.
A importância do Complexo do Pecém
O presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Hugo Figueirêdo, comemorou a ampliação da parceria com a CGNBE, que já utiliza o porto para instalação de outros empreendimentos no Nordeste. Segundo ele, “esse avanço fortalece o papel do Pecém como um hub de exportação de energia limpa e infraestrutura essencial para projetos de grande escala.”
A CGN, controladora da CGNBE, é uma estatal chinesa que figura entre os maiores players mundiais em energia limpa, especialmente em energia nuclear e renovável. “Além de produzirmos energia sustentável, contribuímos para o desenvolvimento fiscal das comunidades locais,” concluiu Yao Zhigang.
Com a assinatura desse 41º memorando voltado para o hidrogênio verde e os novos investimentos em energia solar e eólica, o Ceará reafirma seu compromisso com a transição energética e consolida sua posição como um dos líderes do Brasil no setor de energias renováveis.