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Seminário do IBP evidenciou a expansão e a diversidade no mercado de gás natural brasileiro

Seminário do IBP evidenciou a expansão e a diversidade no mercado de gás natural brasileiro

Com aumento de 20% no público, evento reforça o dinamismo do setor, o avanço da regulação e o papel crescente da diversidade na transição energética

O Seminário de Gás Natural 2025, promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), concluiu sua 21ª edição com indicadores que confirmam o amadurecimento e a expansão do mercado de gás natural no Brasil. Realizado nos dias 14 e 15 de maio, no Rio de Janeiro, o evento reuniu 882 participantes, um crescimento de 20% em relação à edição anterior, com presença marcante de 40% de mulheres e representantes de seis países latino-americanos e norte-americanos, incluindo Argentina, Bolívia, Chile, México, Uruguai e Estados Unidos.

Esse crescimento quantitativo acompanha o avanço qualitativo de um setor que, desde a sanção da Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), vive um ciclo de abertura e transformação. A nova legislação impulsionou a entrada de agentes, a diversificação de modelos de negócio, e novas transações comerciais, além de promover maior concorrência ao longo da cadeia produtiva do gás natural.

De acordo com Sylvie D’Apote, diretora executiva de Gás Natural do IBP, os efeitos da nova regulação são visíveis: entre 2021 e 2024, o número de produtores de gás passou de 58 para 73, e o número de empresas comercializadoras saltou de 1 para 19. Já o número de consumidores livres deu um salto ainda mais expressivo, indo de 6 em janeiro de 2024 para 57 em 2025, conforme dados da ABRACE – Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres.

Projeções de crescimento para a próxima década

Os dados apresentados durante o seminário reforçam uma tendência de expansão da oferta doméstica de gás natural nos próximos anos. Segundo o último Plano Decenal de Energia (PDE 2034), elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a produção nacional deve crescer 170% até 2034, alcançando a marca de 134 milhões de metros cúbicos por dia.

Esse crescimento será impulsionado não apenas pelo desenvolvimento da produção nacional, mas também pela ampliação das importações, como as provenientes da Argentina, que prometem trazer novos modelos de negócios, agentes e dinâmicas comerciais para o Brasil. Sylvie D’Apote enfatizou que esse movimento contribui para um ambiente de negócios mais robusto e com maior diversidade de soluções energéticas, o que será fundamental para a segurança energética do país e sua competitividade no cenário global.

Diversidade e pluralidade: novos pilares do setor

Além dos avanços regulatórios e do crescimento do mercado, a 21ª edição do seminário também destacou a diversidade de gênero, regional e internacional entre os participantes. O fato de 40% dos presentes serem mulheres — em um setor historicamente masculino — demonstra que o gás natural também está se inserindo na pauta da diversidade e inclusão.

Segundo o IBP, esse perfil plural de participantes enriquece os debates e torna o evento um fórum essencial para a construção de consensos e soluções em torno dos desafios da transição energética, da segurança de abastecimento e da governança regulatória.

Perspectivas para o futuro

A próxima edição do seminário, prevista para 2027, deverá intensificar o foco em temas como regulação, digitalização, eficiência energética, novos contratos e ESG (ambiental, social e governança). A expectativa, segundo a organização, é que o evento siga refletindo a complexidade crescente do setor, com maior protagonismo da agenda climática e uma ênfase em modelos integrados de transição energética, que envolvam não apenas o gás natural, mas também o hidrogênio, biometano e outras fontes complementares.

Diante da necessidade global de acelerar a transição energética, o Brasil — com sua matriz energética já majoritariamente renovável — vê no gás natural um vetor de segurança, flexibilidade e competitividade industrial. Eventos como o Seminário de Gás Natural, portanto, não apenas acompanham, mas influenciam diretamente o debate energético do país, sendo espaços estratégicos para alinhar interesses de mercado, governo e sociedade.

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