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Brasil Deve Receber R$ 3,2 Trilhões em Investimentos no Setor Energético até 2034, Aponta Estudo do MME

Brasil Deve Receber R$ 3,2 Trilhões em Investimentos no Setor Energético até 2034, Aponta Estudo do MME

Plano Decenal de Expansão de Energia destaca alta renovabilidade e aumento da oferta energética per capita, com grande foco em petróleo, gás e fontes renováveis

O setor energético brasileiro pode receber investimentos totais de aproximadamente R$ 3,2 trilhões até 2034, segundo o mais recente caderno de Consolidação do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Esse volume expressivo de investimento, que será dividido em três principais categorias de projetos, deve ter 78% direcionado para a indústria de petróleo e gás natural, refletindo a importância desses recursos para a matriz energética nacional.

O PDE 2034, um dos principais instrumentos de planejamento energético do país, traz perspectivas otimistas sobre o futuro do setor. Entre as projeções, destaca-se o crescimento da Oferta Interna de Energia (OIE) em uma média de 2,2% ao ano, o que resultará em um volume de 394,3 milhões de toneladas equivalente de petróleo (tep) até 2034. Esse aumento na oferta energética acompanha a evolução econômica e o crescimento populacional, ajudando a atender a crescente demanda de consumo de energia.

“O PDE 2034 reafirma o compromisso do Brasil com uma matriz energética limpa e sustentável. A transição energética brasileira é uma realidade e busca atender à demanda crescente com responsabilidade ambiental”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que assinará a abertura da consulta pública sobre o PDE nesta sexta-feira.

Investimentos e Distribuição por Setor

A estimativa de R$ 3,2 trilhões é dividida entre três grandes frentes de investimento. A maior parte será destinada à indústria de petróleo e gás natural, que representa 78% do total. Esse aporte significativo reflete a dependência do Brasil dessas fontes de energia para abastecimento e exportação, além de sua contribuição à balança comercial do país. Os setores de energias renováveis e infraestrutura elétrica também receberão investimentos consideráveis, reforçando o compromisso do país com uma matriz energética de alta renovabilidade.

Evolução da Oferta e Consumo de Energia

O crescimento da OIE deve trazer um avanço na disponibilidade de energia per capita, projetada para aumentar de 1,45 tep/habitante em 2024 para 1,72 tep/habitante em 2034. Apesar de o Brasil ainda estar abaixo da média global, que era de 1,87 tep/habitante em 2019, esse crescimento é um indicativo positivo, mostrando a evolução do acesso à energia no país. Além disso, esse aumento na oferta energética per capita reforça o objetivo de garantir uma transição energética justa e inclusiva, como estabelecido no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7, que prevê o acesso universal a energia limpa e acessível até 2030.

Segundo o PDE, a matriz energética brasileira deve permanecer entre as mais limpas do mundo, com uma participação média de 50% de fontes renováveis até 2030. Esse nível de renovabilidade é muito superior ao da maioria dos países, evidenciando o comprometimento do Brasil com uma matriz de baixo impacto ambiental.

Predominância de Fontes Renováveis e Expansão da Geração Distribuída

O Brasil continuará liderando em geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, com destaque para hidrelétricas, biomassa, eólica e solar. Segundo o estudo, a renovabilidade da matriz elétrica deverá alcançar uma média de 86,1% até 2034. Esse índice elevado reflete o potencial brasileiro em gerar energia limpa e em larga escala, ajudando o país a cumprir suas metas de redução de emissões de carbono e a contribuir para o combate às mudanças climáticas.

Além disso, a geração distribuída e a autoprodução de energia deverão expandir sua participação no total da geração elétrica, passando de 15% em 2024 para 17% em 2034. Essa expansão será impulsionada principalmente pela biomassa (incluindo biogás, bagaço de cana e lenha) e pela energia solar, que têm ganhado popularidade entre consumidores residenciais e empresas que buscam reduzir custos e aumentar a sustentabilidade.

A ampliação do uso de fontes renováveis, combinada com a modernização da infraestrutura, deve reforçar a segurança energética do Brasil e aumentar a resiliência do sistema frente às variações de demanda.

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