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ONS Registra Melhora nas Projeções para Energia Armazenada em Reservatórios no Brasil

ONS Registra Melhora nas Projeções para Energia Armazenada em Reservatórios no Brasil

Com avanço nas estimativas, ONS projeta aumento nos níveis de água nos principais reservatórios do país e queda significativa no Custo Marginal de Operação (CMO)

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou o boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) para a semana operativa de 2 a 8 de novembro, apontando uma elevação nas projeções de Energia Armazenada (EAR) em três dos quatro principais subsistemas do Brasil. O boletim sugere que, até o final de novembro, o país poderá contar com níveis de reservatórios superiores aos inicialmente estimados, o que pode trazer alívio para o sistema energético, especialmente em um momento próximo ao período tipicamente úmido.

Entre os subsistemas, o Sul lidera as previsões de crescimento, devendo alcançar 56% da capacidade de seus reservatórios ao final do mês, uma alta significativa em relação aos 44,4% previstos anteriormente. O Norte também apresenta perspectivas de melhora, com projeção de 53,1% de armazenamento (comparado aos 52,4% previamente previstos), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, que deve registrar 40,2%, representando um avanço de 2,3 pontos percentuais (p.p.) em relação à projeção inicial de 37,9%. O Nordeste, embora não tenha uma revisão de crescimento nesta atualização, ainda deve alcançar 48,2% de sua capacidade.

Essa melhora nas projeções para a EAR é um reflexo das condições de afluência para o mês de novembro, que indicam chuvas mais consistentes em certas regiões. Segundo o boletim, há expectativa de afluência acima da Média de Longo Termo (MLT) para o Nordeste e o Sudeste/Centro-Oeste, com a Energia Natural Afluente (ENA) nesses subsistemas estimada em 105% e 103% da MLT, respectivamente. Já no Sul e no Norte, os índices esperados para a ENA são de 88% e 79% da MLT, abaixo da média histórica para novembro, mas ainda dentro de parâmetros considerados aceitáveis para a gestão dos reservatórios.

Impacto na Demanda e no Custo Marginal de Operação

As projeções do ONS também contemplam uma estimativa de demanda no Sistema Interligado Nacional (SIN), que inclui um crescimento de 1,0% na carga total, atingindo 81.795 MWmed. Entre as regiões, o Norte destaca-se com o maior avanço percentual previsto, com uma alta de 8,3%, atingindo 8.256 MWmed. Em seguida, o Sul e o Nordeste projetam aumentos de 4,5% (13.997 MWmed) e 1,3% (13.787 MWmed), respectivamente. No Sudeste/Centro-Oeste, contudo, a expectativa é de leve recuo na demanda, com uma redução de 1,3% (45.755 MWmed).

Esse crescimento na demanda nacional ocorre em meio a um cenário de redução no Custo Marginal de Operação (CMO), que foi reduzido para R$ 177,43 em todas as regiões, representando uma queda de 49,4% em relação à semana anterior. Essa redução no CMO pode ser atribuída à melhora nas condições de afluência, que reforçam a disponibilidade hídrica para a geração de energia e, consequentemente, contribuem para uma menor necessidade de acionamento de fontes complementares de maior custo, como as térmicas.

A Importância dos Níveis de Energia Armazenada no Brasil

No Brasil, o nível de Energia Armazenada nos reservatórios é um dos principais indicadores de segurança para o sistema elétrico, pois garante o abastecimento energético mesmo durante períodos de menor chuva. Essa reserva de energia é essencial, sobretudo em períodos de seca prolongada, quando o país se vê mais dependente de outras fontes de geração, como as térmicas, que, além de serem mais caras, geram maiores emissões de gases de efeito estufa.

Com a expectativa de aumento nos níveis dos reservatórios, o sistema elétrico brasileiro tende a ganhar mais estabilidade e segurança, reduzindo a necessidade de acionamento de usinas térmicas, especialmente em momentos críticos. Isso também contribui para um custo mais baixo na geração de energia, impactando positivamente a economia como um todo, ao aliviar custos que poderiam ser repassados aos consumidores.

Perspectivas para o Período Úmido

As projeções otimistas do ONS para novembro trazem uma perspectiva positiva, pois este mês marca o início do período úmido em grande parte do país, quando os reservatórios recebem maior volume de água. Esse ciclo, que se estende até o final de março, é crucial para o sistema hídrico nacional, sendo esperado que as chuvas contribuam significativamente para a recuperação dos níveis dos reservatórios e para a manutenção da oferta de energia hídrica em patamares confortáveis.

A expectativa de ENA acima da média nos subsistemas Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste reforça a importância deste período úmido. Caso a previsão se confirme, os reservatórios desses subsistemas terão mais condições de responder à demanda energética dos próximos meses. Além disso, a presença de um volume hídrico adequado pode proporcionar uma maior flexibilidade na operação do sistema, permitindo ajustes estratégicos para otimizar a geração e reduzir a pressão sobre os preços da energia.

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