Com licença para construir linha de transmissão, a Mineração Rio do Norte (MRN) integrará operações ao Sistema Interligado Nacional, reduzindo em até 90% suas emissões de gases do efeito estufa até 2027
A Mineração Rio do Norte (MRN) deu um passo significativo rumo à sustentabilidade com a recente obtenção da Licença de Instalação (LI) para seu Projeto Linha de Transmissão, que conectará suas operações ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A iniciativa permitirá à MRN substituir grande parte de sua matriz energética por fontes renováveis, reduzindo em cerca de 90% as emissões de gases de efeito estufa associadas à sua geração de energia até 2027. Essa mudança, alinhada às metas globais de descarbonização, representa aproximadamente uma redução de 20% na pegada de carbono total da companhia.
A implantação do projeto, prevista para começar ainda neste ano, criará cerca de 500 novos postos de trabalho temporários. Com uma extensão de 98 quilômetros, a linha de transmissão parte da subestação em Oriximiná e seguirá até a subestação Saracá, a ser construída no site da MRN no distrito de Porto Trombetas. “A transição para uma matriz elétrica renovável é estratégica para a MRN, além de representar um legado para a Amazônia,” afirmou Leonardo Paiva, diretor de Implantação da MRN. Segundo ele, o projeto reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade ambiental e contribui para o desenvolvimento da região.
Integração Sustentável: Benefícios e Desafios
O projeto faz parte do plano de transição energética da MRN e integra o Programa Zona Oeste, que visa expandir a sustentabilidade das operações da empresa em longo prazo. Com transmissão em 230 kV, a nova linha conectará as instalações industriais da MRN à rede básica do SIN em um circuito de aproximadamente 98 quilômetros, passando por áreas estratégicas e requerendo 218 torres metálicas. Essa estrutura robusta permite maior segurança e estabilidade operacional para a MRN, alinhando-se a padrões técnicos, econômicos e socioambientais rigorosos.
A obra foi dividida em duas partes para melhor acomodar as especificidades ambientais e técnicas da região amazônica. Um dos trechos exige especial atenção por atravessar o rio Trombetas, onde foram realizados estudos detalhados para proteger os ecossistemas locais. A empresa ressalta que o projeto foi elaborado com foco em minimizar impactos ambientais e, ao mesmo tempo, garantir a eficiência energética necessária para o desempenho das operações industriais na região.
Continuidade Operacional e Expansão da Cadeia do Alumínio
Além de contribuir para a transição para uma matriz renovável, a linha de transmissão é crucial para garantir a continuidade operacional da MRN no Oeste do Pará. Com a licença prévia já emitida pelo IBAMA, a MRN segue com o Projeto Novas Minas, que permitirá a exploração de novos recursos minerais na região, assegurando o fornecimento de bauxita — matéria-prima essencial para a cadeia de produção de alumínio. Este minério é amplamente utilizado em setores como energia, transporte, construção civil e embalagens, todos essenciais para a economia brasileira e mundial.
O Projeto Novas Minas é estimado em cerca de R$ 5 bilhões e será implementado ao longo dos próximos cinco anos. Com essa expansão, a MRN espera manter uma produção média de 12,5 milhões de toneladas de bauxita por ano, o que fortalece sua posição na cadeia produtiva do alumínio, agregando mais sustentabilidade ao processo. “Nossa estratégia visa garantir que o Oeste do Pará continue como um dos polos de produção de bauxita mais importantes e sustentáveis do mundo,” explica Paiva.
Compromisso com a Mineração Sustentável e o Desenvolvimento Regional
O projeto de integração ao SIN representa não apenas um avanço tecnológico, mas também o comprometimento da MRN com a mineração sustentável na Amazônia. A empresa busca inovar para minimizar os impactos ambientais de sua operação, priorizando práticas que preservem os ecossistemas locais e contribuam para o desenvolvimento social da região. Durante a fase de implementação da linha de transmissão, a MRN oferecerá oportunidades de emprego temporário para a população local, além de promover programas de capacitação para formar profissionais qualificados, que poderão atuar em diversas áreas da mineração e energia.
A transição para uma matriz energética mais limpa permite à MRN não só atender às exigências dos mercados e consumidores globais, cada vez mais atentos à sustentabilidade, como também reafirma seu compromisso com as diretrizes de carbono estabelecidas no Acordo de Paris. O investimento em uma linha de transmissão renovável e a consequente redução da pegada de carbono consolidam a MRN como uma referência em mineração responsável.
Com o avanço no projeto de integração ao SIN e o desenvolvimento do Projeto Novas Minas, a MRN mostra que a mineração sustentável é viável na Amazônia. A empresa continua a expandir suas operações enquanto mantém um compromisso inabalável com a preservação ambiental e o desenvolvimento regional. Esse modelo de operação se alinha a um futuro em que práticas econômicas e ambientais coexistem em harmonia, mostrando que é possível criar valor econômico e ao mesmo tempo proteger a floresta amazônica.