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Estudo Prevê Baixas Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil até 2034 com Foco em Energia Limpa

Estudo Prevê Baixas Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil até 2034 com Foco em Energia Limpa

Plano Decenal de Expansão de Energia 2034 destaca matriz energética renovável e projeta que o Brasil terá uma das menores emissões per capita de gases de efeito estufa no uso de energia até 2034

O Brasil está no caminho para se consolidar como um dos países com menores emissões de gases de efeito estufa (GEE) per capita na produção e uso de energia até 2034. Essa é a principal conclusão do Caderno de Meio Ambiente e Energia do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

De acordo com o estudo, as emissões de GEE no setor de energia já são limitadas no Brasil, correspondendo a apenas 24% das emissões totais do país em 2022, devido à ampla utilização de fontes renováveis na matriz energética nacional. Essa proporção coloca o Brasil em uma posição privilegiada no contexto global, visto que outros países com economias desenvolvidas apresentam emissões muito mais elevadas. Com as previsões até 2034, o Brasil poderá atingir a marca de 2,4 toneladas de CO2 equivalente por habitante (tCO2eq/hab), enquanto nações como os Estados Unidos e os países da OCDE e Europa registram emissões per capita de 13,8 tCO2eq/hab e 5,4 tCO2eq/hab, respectivamente.

Uma Matriz Energética Diversificada e Sustentável

A diversificação da matriz energética brasileira é um dos principais fatores que explicam essa redução nas emissões. Atualmente, mais de 80% da energia elétrica gerada no Brasil provém de fontes renováveis, como hidrelétricas, energia solar, eólica e biomassa. Esse quadro coloca o Brasil em um patamar de destaque quando o assunto é transição energética, uma meta global que visa a substituição de fontes fósseis por energias limpas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

O PDE 2034 também destaca o crescimento das energias eólica e solar, que desempenharão um papel cada vez mais importante na matriz elétrica brasileira. O Brasil já é um dos líderes mundiais na produção de energia eólica, especialmente no Nordeste, e tem potencial para ampliar significativamente a geração solar nos próximos anos.

Além disso, o plano reconhece a importância de manter a hidrelétrica como principal fonte de energia no país, embora com ênfase na modernização das usinas existentes e na implementação de tecnologias que aumentem sua eficiência, sem a necessidade de grandes novas obras que possam causar impactos ambientais.

Desafios e Oportunidades até 2034

Apesar das previsões otimistas, o estudo aponta que os setores de transportes e indústria continuarão sendo os maiores emissores de GEE até 2034, representando 68% das emissões setoriais. Esses dois segmentos são tradicionalmente dependentes de combustíveis fósseis, como diesel, gasolina e gás natural, o que dificulta a rápida transição para fontes limpas.

Entretanto, as projeções indicam que o aumento das emissões no setor de transportes será modesto, cerca de 12% entre 2024 e 2034, graças à implementação de políticas públicas que incentivam a substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis renováveis, como o etanol e o biodiesel, além do uso crescente de veículos eletrificados. O Brasil também aposta no combustível sustentável de aviação (SAF), que começa a ganhar espaço como alternativa ao querosene convencional.

No setor industrial, o desafio está na modernização e na busca por soluções de descarbonização que sejam financeiramente viáveis e tecnologicamente adequadas ao cenário brasileiro. Práticas como o aproveitamento de resíduos para geração de energia e a otimização de infraestruturas existentes são algumas das estratégias previstas para manter o ritmo de crescimento econômico do país com baixo impacto ambiental.

Projeção Internacional e Compromissos com o Clima

O PDE 2034 reforça o compromisso do Brasil com os acordos internacionais voltados para o combate às mudanças climáticas, especialmente o Acordo de Paris, que estabelece metas de redução de emissões de GEE. A meta é que o país continue contribuindo de maneira significativa para a redução global das emissões, ao mesmo tempo em que promove um desenvolvimento sustentável baseado em práticas inovadoras e responsáveis no setor energético.

O plano aponta que o Brasil poderá ser um modelo para outros países em desenvolvimento, que enfrentam desafios semelhantes no equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental. A transição energética justa e inclusiva é uma das prioridades, garantindo que os benefícios das mudanças sejam acessíveis a todos os segmentos da população, com foco especial em comunidades vulneráveis e regiões mais carentes.

Para alcançar essas metas, o Brasil também investirá em novas tecnologias, como o hidrogênio verde e o desenvolvimento de soluções de armazenamento de energia, o que permitirá maior flexibilidade na gestão das fontes renováveis e reduzirá a dependência de energias poluentes durante períodos de baixa produção.

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