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Faesp Explora Oportunidades Entre o Agropecuário e o Hidrogênio Verde no Hydrogen Dialogue Latin America 2024

Faesp Explora Oportunidades Entre o Agropecuário e o Hidrogênio Verde no Hydrogen Dialogue Latin America 2024

Evento internacional em São Paulo destaca o papel do hidrogênio verde na transição energética e sua integração com o setor agropecuário brasileiro

Nos dias 11 e 12 de outubro de 2024, São Paulo foi palco do Hydrogen Dialogue Latin America, um dos eventos mais importantes do setor energético global, com foco na produção e aplicação do hidrogênio verde. Organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, com o apoio da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), o evento reuniu especialistas, empresários e representantes de governos de várias partes do mundo para discutir o papel do hidrogênio verde na transição energética e suas aplicações nos diversos setores produtivos.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) participou ativamente do fórum, com o objetivo de explorar as sinergias entre o setor agropecuário paulista e a cadeia produtiva do hidrogênio verde. Para a Faesp, a transição energética não é apenas uma questão ambiental, mas uma oportunidade para agregar valor à produção agrícola e fomentar novas cadeias produtivas sustentáveis.

Thiago Rocha, analista técnico do Departamento Econômico da Faesp, destacou a relevância da participação no evento para o desenvolvimento do setor. “Nossa presença no Hydrogen Dialogue Latin America foi essencial para entendermos os pontos de convergência entre o setor agropecuário e a cadeia de suprimentos do hidrogênio verde. O hidrogênio verde, além de ser um vetor importante para a descarbonização, pode contribuir para práticas mais sustentáveis na agricultura e criar novas oportunidades de negócios, como a integração com bioenergia”, afirmou Rocha.

A Sinergia Entre Agropecuária e Hidrogênio Verde

O hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis como biomassa e etanol, vem ganhando destaque como uma solução para a transição energética global, especialmente por seu potencial de reduzir emissões de carbono em setores como transporte, indústria e produção de energia. No Brasil, essa produção encontra um terreno fértil para parcerias com o setor agropecuário, que já possui uma forte tradição no uso de bioenergia, como o etanol.

No evento, foram apresentados exemplos práticos de como essa sinergia pode ser aproveitada. São Paulo, em particular, se destaca pelo seu potencial acadêmico e tecnológico voltado à transição energética, com projetos que integram a produção de hidrogênio de baixo carbono a partir do etanol. Além disso, o estado tem investido em pesquisas que buscam otimizar o uso de biomassa, um recurso abundante na agropecuária paulista, para a produção de hidrogênio verde.

Tirso de Salles Meirelles, presidente da Faesp, reforçou o compromisso da federação em apoiar essa transição energética, destacando o papel da cooperação entre setores. “A transição energética é uma responsabilidade de todos. Como entidade representativa do agronegócio paulista, estamos empenhados em criar ações conjuntas com as iniciativas de baixo carbono, aproveitando nossa expertise no uso de biomassa e etanol para contribuir com a cadeia do hidrogênio verde”, disse Meirelles.

Investimentos e Regiões em Destaque

O Hydrogen Dialogue Latin America também trouxe à tona os investimentos em hidrogênio verde em diversas regiões do Brasil, destacando o interesse crescente por essa tecnologia. Entre os estados que se destacaram estão o Piauí e a Bahia, que apresentaram projetos robustos com foco na produção de hidrogênio verde e sua integração com outras indústrias.

O Piauí, por exemplo, anunciou investimentos ambiciosos de R$ 220 bilhões nos próximos dez anos, com a expectativa de gerar 20 mil empregos no setor de hidrogênio verde. Já a Bahia vem promovendo a integração da produção de energia renovável com indústrias como a de agroquímicos e defensivos verdes, além de implementar programas de recuperação ambiental que contribuem para a geração de créditos de carbono.

Esses projetos regionais reforçam o papel estratégico do hidrogênio verde na matriz energética brasileira e abrem novas oportunidades de negócios para o setor agropecuário. Para São Paulo, que já possui uma base consolidada no uso de bioenergia, a produção de hidrogênio a partir do etanol representa uma chance de liderar essa transformação, tanto em termos de inovação tecnológica quanto de práticas sustentáveis.

Desafios para o Crescimento do Hidrogênio Verde

Apesar do otimismo em torno do hidrogênio verde, o Hydrogen Dialogue Latin America 2024 também evidenciou os desafios que o Brasil precisa enfrentar para se consolidar como líder na produção dessa forma de energia renovável. Um dos principais obstáculos apontados foi a necessidade de formação de mão de obra qualificada para atuar na cadeia produtiva do hidrogênio verde.

Outro ponto crucial é a criação de uma política nacional de hidrogênio, que estabeleça diretrizes claras para o desenvolvimento do setor e ofereça segurança jurídica para atrair investidores. A falta de regulamentação específica para o hidrogênio verde ainda é vista como um entrave para o crescimento sustentável do setor, especialmente no que diz respeito à atração de capital estrangeiro.

Cooperação Internacional

A cooperação entre o Brasil e a Europa foi outro tema central discutido no evento, com destaque para o potencial de parcerias no âmbito do acordo Mercosul-União Europeia. O hidrogênio verde é visto como um vetor estratégico para a descarbonização em escala global, e a colaboração entre as duas regiões pode facilitar o desenvolvimento de projetos conjuntos e a expansão do mercado de hidrogênio.

A expectativa é que, nos próximos anos, o Brasil se consolide como um dos principais produtores globais de hidrogênio verde, aproveitando suas vantagens competitivas, como a abundância de recursos renováveis e a experiência no uso de biomassa e bioenergia.

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