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Brasil lidera a agenda da transição energética com matriz plural e aposta na inovação

Brasil lidera a agenda da transição energética com matriz plural e aposta na inovação

Na abertura da ROG.e 2024, líderes destacam o papel estratégico do país na transição energética global e no fortalecimento de um modelo diversificado e sustentável

A ROG.e 2024, o maior evento de energia da América Latina, começou nesta segunda-feira (23), no Rio de Janeiro, com uma mensagem clara ao mundo: a diversidade das fontes energéticas é o caminho para uma transição justa e sustentável. Com mais de 70 mil participantes esperados até o final do evento, na quinta-feira (26), o encontro se consolida como um espaço central para discussões sobre o futuro energético global. Líderes do setor de óleo e gás, governo e empresas de energia destacaram o papel do Brasil como referência mundial na promoção de uma matriz energética plural e sustentável.

Pluralidade como estratégia para o futuro energético

Na cerimônia de abertura, Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), destacou que a ROG.e é uma plataforma de aprendizado, troca de ideias e negócios, onde o setor de óleo e gás reafirma seu compromisso com a descarbonização da economia. “Mais de um quarto dos trabalhos técnicos apresentados são voltados à descarbonização, sustentabilidade e diversidade. Somos atores fundamentais no processo de evolução energética que busca segurança, disponibilidade e pluralidade”, ressaltou Ardenghy, reforçando o papel de liderança do Brasil nessa transição.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também sublinhou a importância da pluralidade da matriz energética brasileira, reconhecida mundialmente por sua combinação única de hidroeletricidade, eólica, solar e outras fontes renováveis. “O Brasil é um exemplo global com sua matriz plural, e estamos recuperando campos de petróleo que estavam em declínio. Por isso, lançamos o Potencializa E&P, um programa voltado para fortalecer os campos maduros e garantir a segurança energética, gerando emprego e renda para o país”, explicou o ministro.

Transição organizada e segura

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reforçou a importância da exploração e produção de petróleo e gás para a reposição de reservas, destacando o compromisso da estatal com projetos seguros e responsáveis. Ela anunciou que a Petrobras está analisando novas áreas de produção de óleo e gás, como a costa do Amapá, e destacou que o Brasil já atingiu a marca de 39% de fontes renováveis em sua matriz energética, enquanto o mundo ainda almeja esse número até 2050. “Estamos comprometidos em liderar a transição energética, com uma meta de chegar a 64% de renováveis na nossa matriz”, afirmou Chambriard.

Rodolfo Saboia, diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), enfatizou a relevância da indústria de óleo e gás no processo de transição energética. Para ele, o Brasil ocupa uma posição estratégica, fornecendo ao mundo uma matriz energética diversificada. “A transição precisa ser organizada, coexistindo com diferentes fontes de energia. O Brasil é uma potência energética e tem um papel central nessa jornada.”

Apoio internacional à pluralidade energética

No cenário global, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Haitham Al-Ghais, destacou o papel de liderança do Brasil e reafirmou o compromisso da OPEP com a diversificação de fontes de energia. Ele reforçou que a transição energética global deve ser feita de forma equilibrada, garantindo segurança energética, acessibilidade e redução de emissões: “O trabalho do IBP é vital para o avanço do setor no Brasil e globalmente. A OPEP apoia todas as fontes de energia, e a diversificação é fundamental para uma transição justa.”

Patrick Pouyanné, CEO da TotalEnergies, uma das maiores companhias de energia do mundo, também reforçou o compromisso de sua empresa com a redução de emissões e a diversificação energética. Ele destacou que a parceria com a Petrobras tem como objetivo desenvolver projetos de petróleo e gás com menores emissões de carbono, ao mesmo tempo em que a TotalEnergies expande sua atuação em energias renováveis, como a eólica. “Estamos comprometidos em produzir mais energia com menos emissões. A energia dos ventos é uma aliada na redução de emissões e no combate às mudanças climáticas”, afirmou o executivo.

Inovação como motor da transição

Durante a ROG.e 2024, também foi destacada a importância da inovação no setor energético. Maiza Pimenta Goulart, gerente-executiva do Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES), anunciou que a empresa investirá R$ 3,6 bilhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&DI), com foco em soluções de descarbonização e novas energias. “Desde 2019, o programa Conexões para a Inovação busca soluções no mercado para os desafios da Petrobras. Até agora, já investimos R$ 1,8 bilhão em contratos com startups e outras empresas inovadoras”, explicou Goulart.

A inovação foi um tema central durante o evento paralelo iUP Innovation Connections, que reúne especialistas e empresas do setor de tecnologia. Rohit Bhargava, autor e estrategista de marketing, destacou a necessidade de pensar de forma “não óbvia” para lidar com os desafios contemporâneos. “Vivemos em um mundo de distrações constantes, e precisamos aprender a focar no que realmente importa para prever e moldar o futuro”, afirmou Bhargava.

Com mais de 1 mil pessoas presentes apenas na cerimônia de abertura, a ROG.e 2024 consolida o Brasil como um dos líderes mundiais na transição energética, mostrando que a pluralidade de fontes e a inovação são os pilares de uma economia sustentável e descarbonizada.

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