Em conferência no UBS em São Paulo, ministro destaca sinergia entre agricultura e energia limpa, além do potencial do país no mercado de combustíveis sustentáveis para aviação
O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, enfatizou a relevância da energia renovável e sua intersecção com o agronegócio durante uma conferência sobre investimentos na agricultura, realizada na sede do UBS, uma das principais instituições financeiras globais. Fávaro integrou o painel intitulado “Abastecendo o Futuro: o papel do agronegócio na aviação sustentável”, que trouxe à tona a importância da sustentabilidade na produção agrícola e energética.
Recepcionado por Marcello Chilov, head de wealth management na América Latina do UBS, Fávaro esteve acompanhado por outras autoridades do Ministério da Agricultura, como o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, e o superintendente interino do Mapa em São Paulo, Fabio Paarmann. O painel contou ainda com a presença de Erasmo Carlos Battistella, CEO da Be8, e Gilberto Peralta, CEO da Airbus, com moderação de Daniel Bassan.
Durante sua apresentação, Fávaro destacou a transformação tecnológica que ocorreu em países como Coreia do Sul e Japão, além de mencionar o potencial do Brasil em se tornar um líder em energia renovável. “O Brasil é o país da energia limpa, que vem do agro, não concorrendo com a produção de alimentos, mas complementando”, afirmou. O ministro também ressaltou a abertura de 195 novos mercados para produtos agrícolas brasileiros em apenas 20 meses, evidenciando a crescente demanda global por produtos sustentáveis.
Fávaro abordou as mudanças climáticas e a necessidade de adaptar as práticas agropecuárias a essa nova realidade. “A produção agropecuária não é antagonista à sustentabilidade. Preservar a floresta é questão de sobrevivência”, enfatizou, sublinhando a importância da preservação ambiental na atividade agrícola.
O CEO da Be8, Erasmo Carlos Battistella, complementou a fala de Fávaro ao afirmar que o Brasil se posiciona favoravelmente para se tornar um protagonista na produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF). Este tipo de combustível é produzido a partir de recursos renováveis, como óleos vegetais e biomassa, sendo uma alternativa sustentável ao tradicional querosene de aviação derivado do petróleo.
Gilberto Peralta, da Airbus, também concordou com essa visão e previu uma liderança conjunta do Brasil e dos Estados Unidos na produção de SAF. “O Brasil se tornará a Arábia Saudita do SAF”, declarou, enfatizando a capacidade do país em se destacar nesse mercado emergente.
Essa conferência não apenas refletiu a importância da intersecção entre o agronegócio e a sustentabilidade, mas também posicionou o Brasil como um potencial líder global na produção de combustíveis renováveis e na promoção de práticas agrícolas que respeitem o meio ambiente. A sinergia entre a produção de alimentos e a geração de energia limpa será crucial para atender à demanda crescente por soluções sustentáveis no contexto das mudanças climáticas.
Ao final do evento, a esperança é que o Brasil consiga consolidar ainda mais seu papel de liderança em um futuro onde a agricultura e a energia limpa andem lado a lado, contribuindo para um mundo mais sustentável e equilibrado.