Empresa reporta crescimento de 63% no lucro trimestral e projeta investimentos massivos até 2028
A ISA CTEEP, principal empresa de transmissão de energia do Brasil, divulgou resultados financeiros recordes no segundo trimestre de 2024, com um lucro líquido regulatório de R$ 425,6 milhões. Este valor representa um aumento significativo de 62,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do semestre, o lucro líquido chegou a R$ 834,8 milhões, marcando um crescimento de 47,2% em relação ao primeiro semestre de 2023.
Segundo Silvia Wada, diretora-executiva de finanças e relações com investidores da ISA CTEEP, esses resultados refletem a recomposição da receita do componente financeiro da Rede Básica Sistema Existente (RBSE), a atualização da Receita Anual Permitida (RAP) e a energização de novos projetos como Itaúnas (ES) e Triângulo Mineiro (MG). Além disso, a companhia completou 67 projetos de reforços e melhorias nos últimos 12 meses.
A receita líquida da empresa no segundo trimestre foi de R$ 1,1 bilhão, um aumento de 24,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No semestre, a receita acumulada foi de R$ 2,2 bilhões, superando em 24,5% o volume registrado em 2023. O EBITDA trimestral alcançou R$ 891 milhões, um crescimento de 29,7%, enquanto a margem EBITDA subiu 3,1 pontos percentuais, chegando a 80,1%. No semestre, o EBITDA foi de R$ 1,8 bilhão, um aumento de 25,4% em relação aos primeiros seis meses do ano passado.
As ações preferenciais (TRPL4) da ISA CTEEP, que fazem parte do Ibovespa, encerraram o trimestre cotadas a R$ 26,47, um aumento de 6,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024. O volume financeiro médio diário negociado das ações foi de R$ 86,2 milhões, um aumento de 59% em comparação com o primeiro trimestre.
Investimentos Recordes
A ISA CTEEP investiu R$ 640,2 milhões no segundo trimestre, um crescimento de 69,6% em relação ao mesmo período de 2023. Desse total, R$ 299,8 milhões foram destinados a projetos greenfield, incluindo empreendimentos como Piraquê (MG/ES), Riacho Grande (SP) e Minuano (RS). Os investimentos em renovação do parque instalado totalizaram R$ 340,4 milhões, um aumento de 24%.
No acumulado do semestre, os investimentos atingiram R$ 1,5 bilhão, um crescimento de 60,2% em comparação ao mesmo período de 2023. Foram R$ 891,8 milhões em projetos greenfield e R$ 583,5 milhões em projetos de reforços e melhorias. Entre 2021 e 2023, os investimentos em projetos de renovação apresentaram uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 82,2%.
Entre janeiro e junho, a companhia substituiu 795 equipamentos no parque instalado, um aumento de 18,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses equipamentos incluem transformadores, disjuntores, chaves seccionadoras, sistemas de proteção e linhas de transmissão, essenciais para garantir o funcionamento adequado e evitar interrupções na operação.
Perspectivas Futuras
Rui Chammas, diretor-presidente da ISA CTEEP, destacou que a companhia possui um pipeline de aproximadamente R$ 15 bilhões em investimentos previstos até 2028. Desses, cerca de R$ 5 bilhões serão destinados à modernização do parque instalado, com aproximadamente 250 projetos de reforços e melhorias já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Outros R$ 10 bilhões serão investidos na construção de sete projetos greenfield, que, uma vez energizados, permitirão à companhia habilitar uma RAP de R$ 1 bilhão no ciclo 2024/2025.
Eventos Recentes
A ISA CTEEP passou pela Revisão Tarifária Periódica (RTP) de sua principal concessão, estabelecendo um novo patamar de Base de Remuneração Regulatória (BRR) para os investimentos feitos entre 2018 e 2022. A empresa também anunciou uma oferta pública de ações (follow-on secundário), com a venda de 93.000.000 ações preferenciais pela acionista Eletrobras.
Silvia Wada ressaltou que o follow-on pode ampliar a liquidez das ações, atraindo mais investidores. Ela enfatizou que o evento não altera a estratégia, a governança corporativa ou a operação da companhia, que continua comprometida com a distribuição de no mínimo 75% do lucro líquido regulatório em dividendos.