Temperaturas elevadas e atividade econômica impulsionam a demanda por eletricidade em todo o país.
No início de 2024, o consumo de energia elétrica no Brasil registrou um aumento significativo de 6,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, atingindo a marca de 71.200 megawatts médios, conforme prévia do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O aumento na demanda foi observado em quase todos os estados brasileiros, impulsionado por temperaturas acima da média, que levaram ao aumento no uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, além da boa performance de alguns setores da atividade econômica, que produziram mais e, consequentemente, utilizaram mais eletricidade.
Do total consumido, 45.458 MW médios foram destinados ao mercado regulado, que atende residências e pequenas empresas, representando um crescimento de 7,5% em comparação ao ano anterior. Os outros 25.742 MW médios foram consumidos pela indústria e grandes empresas que compram sua energia no mercado livre, registrando um aumento de 5,0%.
A análise dos dados por setor revela que, entre os 15 setores monitorados pela CCEE no mercado livre, houve crescimento na demanda em várias áreas. Destacam-se os setores de Madeira, Papel e Celulose (10,8%), Bebidas (10,2%), Serviços (9,8%) e Comércio (9,4%). Especificamente nos segmentos de Serviços e Comércio, a entrada de novos consumidores no ambiente livre e o uso intensivo de equipamentos de refrigeração foram os principais impulsionadores do aumento na demanda.
Por outro lado, apenas três ramos apresentaram declínio na demanda por energia: Telecomunicações (-1,9%), Indústria Têxtil (-2,7%) e Fabricação de Veículos (-3,9%).
Quase todos os estados conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) registraram aumento no consumo de energia elétrica nos primeiros 31 dias do ano. Destaque para o Amazonas (25%), Maranhão (21%) e Mato Grosso (16,9%), enquanto o Rio Grande do Sul foi o único estado a apresentar queda, de 7,1%, devido a temperaturas mais amenas e um volume maior de chuvas.
A produção das hidrelétricas aumentou em 1,6% em janeiro, alcançando mais de 55 mil megawatts médios, enquanto as fazendas solares forneceram quase 3 mil MW médios para a rede, um aumento de 52,4% em comparação ao ano anterior.
O aumento significativo no consumo de energia elétrica reflete não apenas as condições climáticas, mas também o dinamismo da atividade econômica do país, impulsionando a necessidade por eletricidade em diversos setores.