Dados da CCEE mostram consumo de energia recorde em novembro com uso intenso de ventiladores e ar-condicionado nas residências e empresas
Em um mês marcado por temperaturas elevadas em todo o território brasileiro, o consumo de energia elétrica atingiu níveis recordes, revelando um aumento de 11,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O Boletim InfoMercado Quinzenal revelou que os 72.261 megawatts médios registrados representam o pico na série histórica.
O calor intenso observado em novembro incentivou o uso massivo de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado em residências e empresas, impulsionando especialmente o mercado regulado, onde residências e pequenas empresas contratam eletricidade diretamente das distribuidoras. Nesse segmento, o crescimento foi expressivo, atingindo 15,2% em relação ao ano anterior. Já na indústria e grandes empresas do mercado livre, o avanço foi de 5,2%, influenciado tanto pelo clima quanto pelo desempenho positivo de setores como serviços e comércio.
Consumo por Ramo de Atividade Econômica
Ao analisar o consumo por setor econômico, os dados da CCEE apontam para os maiores aumentos em novembro em áreas como Serviços (16,2%) e Comércio (14,1%). Estes segmentos, além de sofrerem o impacto do calor, experimentaram uma demanda intensificada por equipamentos de refrigeração em locais como shoppings, hotéis e supermercados. Além disso, o aumento no consumo de energia foi impulsionado pela necessidade de manter estoques para as festas de fim de ano. Por outro lado, a indústria química e a fabricação de veículos enfrentaram desafios no mercado internacional, refletindo em uma carga menor.
Consumo por Região
A análise regional do consumo de eletricidade em novembro revela um aumento generalizado em todos os estados, com destaques para o Espírito Santo (28,4%), Mato Grosso (28%), Maranhão (22,9%), Acre (19,3%) e Rio de Janeiro (19,2%).
Geração de Energia
No que diz respeito à geração de energia, as hidrelétricas apresentaram um desempenho notável, entregando mais de 51 mil megawatts médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. As fontes eólicas e solares alcançaram recordes de geração no ano, contribuindo com mais de 14,5 mil MW médios e complementando a oferta de energia no país. As térmicas, impulsionadas pela crescente representatividade das usinas a biomassa, que utilizam a cana-de-açúcar como principal matéria-prima, aumentaram sua participação em 23,5%.
O mês de novembro não apenas marcou um recorde histórico no consumo de energia, mas também evidenciou a resiliência e a diversificação das fontes de geração, contribuindo para atender a demanda crescente em meio a condições climáticas desafiadoras.
