Transação contempla compra de ativos localizados no Sul e alienação da UHE Colíder, alinhando o portfólio à estratégia de eficiência e foco regional da companhia
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) anunciou oficialmente a conclusão do processo de descruzamento de ativos com a Eletrobras, consolidando um movimento estratégico que visa reforçar sua atuação nos segmentos de geração e transmissão de energia.
A operação, divulgada nesta segunda-feira (30) e detalhada no Fato Relevante nº 12/24, envolve a incorporação integral, por parte da Copel Geração e Transmissão (Copel GeT), da participação da Eletrobras na Usina Hidrelétrica Mauá e na empresa de transmissão Mata de Santa Genebra S.A.. Paralelamente, a Copel transferiu sua participação na Usina Hidrelétrica Colíder para a Eletrobras, conforme os termos firmados anteriormente.
Valores e ajustes financeiros da operação
A transação foi concluída com um pagamento líquido de R$ 196,6 milhões por parte da Copel para a Eletrobras, considerando todos os ajustes de contrato, incluindo geração de caixa dos ativos, recebimento de dividendos e outras atualizações.
No total, o valor envolvido atinge os R$ 365 milhões, conforme estipulado nos termos originais da operação, celebrados ainda em 2024.
Reforço na estratégia de geração e transmissão
Com a finalização da operação, a Copel amplia significativamente sua presença no setor de transmissão e fortalece sua base de geração renovável, consolidando ativos estratégicos de alta relevância.
A UHE Mauá, localizada no rio Tibagi, no Paraná, é um ativo de geração hidrelétrica com potência instalada de aproximadamente 361 MW, fundamental para a matriz energética da companhia. Já a Mata de Santa Genebra S.A., operadora de linhas de transmissão, representa um incremento relevante na infraestrutura da empresa, com impacto positivo no perfil de receitas reguladas e previsíveis.
Por outro lado, a transferência da UHE Colíder, localizada no Mato Grosso, permite à Copel focar em ativos que estão alinhados geograficamente e operacionalmente à sua estratégia de crescimento, além de contribuir para a eficiência na gestão dos empreendimentos.
“Esse movimento está em linha com nossa estratégia de otimização do portfólio, priorizando ativos que agreguem maior valor aos nossos acionistas, com foco na expansão sustentável e na eficiência operacional”, destacou a companhia em comunicado ao mercado.
Alinhamento à política de geração de valor
A transação faz parte de um conjunto de medidas da Copel para aprimorar sua estrutura de negócios, maximizando retornos e assegurando maior estabilidade financeira e operacional.
Ao consolidar ativos de geração e transmissão localizados em sua área de atuação principal — a região Sul —, a empresa melhora sua sinergia operacional, reduz riscos associados a operações em locais distantes e reforça seu compromisso com uma matriz energética limpa e eficiente.
Além disso, ao se desfazer da participação na UHE Colíder, a Copel também reduz sua exposição a ativos com desafios operacionais e ambientais mais relevantes, característicos de empreendimentos na região amazônica.
Perspectivas para os próximos anos
O descruzamento de ativos com a Eletrobras insere-se em uma estratégia mais ampla de transformação da Copel, que, desde a sua privatização em 2023, tem buscado maior foco em ativos de geração renovável e no fortalecimento da infraestrutura de transmissão, considerada essencial para viabilizar a transição energética no Brasil.
A companhia segue empenhada em aumentar sua participação em leilões de transmissão e geração, especialmente com foco em projetos de energia limpa, como eólica, solar e hidrelétrica, além de avaliar oportunidades no segmento de armazenamento de energia e hidrogênio verde.