Operação fortalece estratégia de expansão da Klabin em energia renovável e contribui para a transição energética no setor industrial brasileiro
A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a operação societária envolvendo a Klabin S.A. e a Maracanã Geração de Energia e Participações S.A., empresa controlada pela Engie Brasil Energia. O parecer foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 26, e marca mais um passo estratégico no avanço da indústria nacional rumo à transição energética, com foco em fontes limpas e renováveis.
De acordo com informações oficiais, a operação consiste na aquisição, pela Klabin, de uma participação minoritária, sem poder de controle, em uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) que será constituída e controlada, direta ou indiretamente, pela Maracanã, subsidiária integral da Engie Brasil Energias Complementares Participações Ltda., que, por sua vez, integra o grupo econômico Engie Brasil Energia.
A nova SPE será responsável por nove projetos de geração de energia eólica, todos localizados no município de Gentio do Ouro, na Bahia, uma das regiões mais promissoras do país para o desenvolvimento desse tipo de fonte, graças ao seu potencial eólico elevado e consistente.
Sinergia estratégica entre indústria e geração renovável
Para o grupo Engie, a operação está alinhada à sua estratégia global, que prioriza o desenvolvimento e a operação de projetos baseados em fontes limpas e renováveis, consolidando sua atuação no mercado brasileiro de energias sustentáveis.
Nas palavras do parecer do Cade, “a operação representa oportunidade de negócio, em linha com a estratégia da Engie de desenvolvimento, implantação e operação de projetos de geração, especialmente de fontes renováveis, como a eólica.”
Por outro lado, a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, reforça seu compromisso com a autossuficiência energética, sustentabilidade e redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE). A companhia já é reconhecida pela adoção de práticas industriais sustentáveis e vê na participação em projetos de energia eólica uma maneira de mitigar riscos relacionados à volatilidade do setor elétrico, além de garantir fornecimento a custos competitivos.
“O investimento contribui para suprir parcialmente a demanda de energia elétrica da Klabin, mantendo seus compromissos com sustentabilidade e descarbonização de sua operação industrial, além de garantir previsibilidade de custos no médio e longo prazo”, aponta o processo analisado pelo Cade.
Avanço da transição energética no setor industrial
O movimento reflete uma tendência crescente de empresas industriais brasileiras que buscam maior controle sobre suas matrizes energéticas. A participação direta em projetos de geração, sobretudo de energia limpa, tem se tornado estratégica diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, pela necessidade de redução de emissões e pela busca de competitividade econômica.
A localização dos projetos em Gentio do Ouro (BA) também reforça o protagonismo do Nordeste brasileiro na geração de energia renovável. A região é hoje referência nacional em energia eólica e solar, contribuindo significativamente para a matriz elétrica do país.
Setor elétrico e indústria: parcerias que moldam o futuro
O acordo entre Klabin e Engie não apenas amplia a presença da indústria no setor de geração renovável, como também fortalece os compromissos ambientais e econômicos de ambos os grupos. A expectativa é que essa sinergia gere impactos positivos tanto para a sustentabilidade das operações industriais quanto para a segurança e diversificação do sistema elétrico brasileiro.
O processo aprovado pelo Cade não apresenta restrições, o que sinaliza que a operação não gera riscos concorrenciais no setor de energia. Ao contrário, estimula a expansão de ativos renováveis e contribui para a descarbonização da matriz elétrica nacional.
Caminho sem volta para a descarbonização industrial
Esta operação reforça uma tendência irreversível no Brasil e no mundo: indústria e setor elétrico caminham juntos na transição energética, com modelos de negócios que combinam segurança energética, sustentabilidade e competitividade.
O movimento da Klabin dialoga diretamente com as metas globais de redução de emissões e com a estratégia de longo prazo das empresas comprometidas com a agenda ESG (Environmental, Social and Governance).
Diante do cenário atual, parcerias como essa deixam claro que a descarbonização da indústria brasileira é não apenas possível, mas economicamente viável e estrategicamente necessária.