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Serena Energia caminha para fechamento de capital em oferta liderada por Actis e GIC

Serena Energia caminha para fechamento de capital em oferta liderada por Actis e GIC

OPA de R$ 11,74 por ação inclui prêmio sobre valor de mercado, correção pelo CDI e earnout; operação visa simplificação societária e expansão internacional

A Serena Energia está prestes a passar por uma importante reestruturação societária. As gestoras Actis e GIC, fundo soberano de Cingapura, anunciaram no dia 14 de maio uma oferta pública de aquisição (OPA) com o objetivo de fechar o capital da empresa. O preço proposto é de R$ 11,74 por ação, valor que representa um prêmio de 10% sobre o fechamento do papel no pregão anterior, com possibilidade de correção pelo CDI até a liquidação e inclusão de um earnout — pagamento adicional condicionado a eventos futuros.

Com o anúncio, as ações da companhia subiram quase 7% na B3 e eram negociadas a R$ 11,40 às 12h50 da quarta-feira. O BTG Pactual será o responsável pela intermediação e liquidação financeira da operação.

A operação marca uma nova fase para a Serena Energia, que tem ampliado sua presença no setor de geração e comercialização de energia limpa. De acordo com o fato relevante divulgado ao mercado, o fechamento de capital busca simplificar a estrutura organizacional, aumentando a flexibilidade financeira e operacional da empresa. A estratégia visa impulsionar a expansão de projetos greenfield e brownfield tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, mercados prioritários para o crescimento da companhia.

Evolução da participação da Actis

A Actis, gestora global de investimentos com forte presença no setor de infraestrutura energética, é hoje a maior acionista individual da Serena. Sua entrada na empresa ocorreu em 2022, quando adquiriu ações ao preço de R$ 16. Desde então, a participação da gestora saltou de 12% para 26,8%, com base no valor de R$ 12,73 por ação.

Agora, com a oferta em conjunto com o GIC, a Actis busca assumir o controle integral da companhia fora do mercado acionário. A manobra, segundo fontes do mercado, está alinhada à estratégia da gestora de aumentar o controle sobre ativos estratégicos de infraestrutura energética, em um ambiente que exige agilidade de decisões e menos exposição à volatilidade do mercado de capitais.

Condições da OPA

A conclusão da OPA depende de duas etapas cruciais:

  1. Aprovação em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da dispensa da cláusula de poison pill — mecanismo previsto nos artigos 61 e 62 do Estatuto Social da Serena que protege acionistas minoritários contra aquisições hostis. A AGE será convocada oportunamente para deliberar sobre a dispensa dessa cláusula no caso da atual operação.
  2. Cumprimento de condições precedentes usuais, incluindo obtenção de aprovações regulatórias, consentimentos de terceiros e outras exigências formais previstas no Acordo de Investimento firmado entre as partes.

Estratégia de crescimento

A OPA é parte de uma estratégia de consolidação e internacionalização da Serena Energia. A companhia tem atuado em projetos solares, eólicos e de comercialização de energia no mercado livre, e enxerga no modelo de capital fechado uma oportunidade para acelerar decisões estratégicas com menos amarras institucionais.

A simplificação da estrutura societária também permitirá maior capacidade de alavancagem, reinvestimento de lucros e flexibilização de governança, o que, na avaliação da Actis e do GIC, será essencial para competir com mais força em um mercado global de energia que passa por rápida transição tecnológica e regulatória.

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