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Abertura do mercado livre de energia poderá trazer mais de 80 milhões de clientes

Por Márcio Pinheiro, Head de Delivery and Operation da Everymind

Por Márcio Pinheiro, Head de Delivery and Operation da Everymind

A indústria brasileira de energia elétrica está se preparando para dar o próximo grande passo rumo à abertura total do mercado. Em abril de 2025, o Ministério de Minas e Energia (MME) encaminhou à Casa Civil uma proposta de reforma do setor elétrico, que inclui a ampliação do mercado livre de energia e o estabelecimento de datas para essa transição.

O documento apresentado pelo MME estrutura-se em três eixos principais: Justiça Tarifária, Liberdade de Escolha e Equilíbrio Setorial. De acordo com o texto, a expectativa é que indústrias e comércios possam aderir ao mercado a partir de 1º de março de 2027, e os demais consumidores, incluindo os de baixa tensão, em 1º de março de 2028. Essa é a primeira vez em que o governo sinaliza prazos concretos para a migração em massa de consumidores, o que é um marco histórico, já que, até então, a abertura era gradual e restrita a grandes consumidores.

A partir de agora, os clientes que recebem uma tensão nominal de até 1.000 volts, como residências, poderão escolher livremente a sua empresa fornecedora de energia, gerando uma expectativa de redução da conta de luz. Diante disso, as companhias do setor elétrico devem, desde já, se preparar para atrair, atender e reter esses novos consumidores neste ambiente altamente competitivo.

Os movimentos do mercado livre de energia e seus desafios

Segundo um estudo da Strategy & Brasil, a abertura do mercado livre de energia para consumidores de baixa tensão deve incluir mais de 80 milhões de consumidores e poderá movimentar cerca de R$ 45 bilhões por ano. Essa expansão trará novos desafios para o setor elétrico, que precisará encontrar formas eficazes de atender uma base massiva de clientes de forma ágil, digital e personalizada.

Nesse cenário, torna-se essencial o uso de tecnologias que promovam eficiência operacional por meio da digitalização, além da criação de marketplaces de energia, que facilitem a comercialização e a gestão de contratos, proporcionando uma jornada do cliente mais inteligente e fluida.

Com isso, é possível colocar o cliente no centro da estratégia empresarial, oferecendo uma visão 360° para todas as áreas da companhia. Essa abordagem contribui diretamente para o aumento da retenção, torna a experiência do cliente um diferencial competitivo e fortalece a posição da empresa no mercado.

A importância da automação

A chegada de consumidores de baixa tensão provenientes do mercado cativo, um ambiente de contratação em que os consumidores são obrigados a adquirir energia de apenas uma única distribuidora, torna a automação de processos um fator ainda mais estratégico.

O uso de tecnologias como portais de autoatendimento personalizados, Inteligência Artificial (IA) Generativa para resolução de dúvidas, além de ferramentas de gestão de equipes de campo são fundamentais para suportar o novo volume de demanda. Essas mudanças requerem uma ferramenta robusta de gestão de dados, afim de que a IA possa atuar de maneira mais consultiva e resolutiva.

Nesse sentido, aliar automação, IA e softwares que indicam os melhores momentos para o consumo de energia, é sinônimo de transparência e confere um caráter consultivo às interações com os clientes. Além disso, essas soluções tecnológicas permitem a redução do OPEX (despesas operacionais), substituindo tarefas antes realizadas por humanos e liberando-os para demandas mais estratégicas e relevantes.

O protagonismo da tecnologia

Saber explorar adequadamente a tecnologia, por meio um sistema que centralize as informações de cada cliente em um só lugar, resulta em um atendimento mais ágil, inteligente e direcionado. Não menos importante, a análise de dados também favorece a construção de trilhas de comunicação personalizadas, que geram maior engajamento e relacionamento de longo prazo.

É certo que a abertura do mercado livre de energia trará novas oportunidades e ganhos para as empresas do setor elétrico. Porém, se manterá competitivo no mercado quem melhor atender as demandas dos novos clientes e conseguir fidelizá-los.

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