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Governo aprova novos datacenters em São Paulo e integra infraestrutura digital e energética

Governo aprova novos datacenters em São Paulo e integra infraestrutura digital e energética

Projetos em Salto e Sumaré somam 550 MW em carga e consolidam o estado como polo estratégico para a transformação digital e o crescimento sustentável do setor elétrico

O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou recentemente três novos projetos de datacenters no estado de São Paulo, sinalizando um movimento coordenado entre o setor elétrico e o avanço da infraestrutura digital no Brasil. As iniciativas são de responsabilidade das empresas Brazilian Energy Participações (BEP) e GP Participações em Energia Renovável (GP), e reforçam o protagonismo paulista no cenário tecnológico e energético nacional.

Os empreendimentos receberam parecer técnico favorável da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento, com base em critérios de mínimo custo global de interligação e reforço nas redes, além de compatibilidade com o planejamento da expansão do setor elétrico para um horizonte de, no mínimo, cinco anos.

A efetiva conexão dos empreendimentos à rede elétrica nacional ainda dependerá da autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No entanto, a aprovação prévia do MME já representa um importante passo para a viabilização de novos polos de datacenters no interior paulista.

BEP investe em Salto com dois datacenters de alta capacidade

Dois dos projetos aprovados pertencem à BEP Energia, uma empresa brasileira com atuação destacada na comercialização, consultoria e estruturação de projetos de energia. Localizados no município de Salto, os empreendimentos serão operados por subsidiárias específicas: BEP Data Center Salto I Ltda. e BEP Data Center Salto II Ltda.

Ambos os projetos incluem a construção de uma linha de transmissão radial de circuito duplo de 440 kV, com cerca de 3 km de extensão. Essa linha conectará a Subestação Salto, de propriedade da ISA Energia, à nova Subestação CC Salto I, a ser construída pela BEP. O mesmo modelo será aplicado ao projeto Salto II.

Além das linhas de transmissão, os empreendimentos contarão com pátios de transformação e as respectivas ligações elétricas, essenciais para garantir estabilidade, redundância e eficiência no fornecimento de energia. Essa estrutura é crítica para operações de datacenters, que exigem alta disponibilidade e confiabilidade energética.

Com faturamento próximo de R$ 570 milhões em 2023, a BEP já comercializou mais de 4,23 GW de capacidade de energia no mercado livre e possui um portfólio robusto, com mais de 3 GW em projetos solares e mais de 20 MW em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Até então, o município de Salto não figurava no mapa de hotspots de datacenters do estado, o que reforça o papel pioneiro dos investimentos da BEP na consolidação de novos polos tecnológicos fora da capital.

GP Participações aposta em Sumaré e reforça corredor tecnológico da RMC

O terceiro projeto aprovado pelo MME está localizado em Sumaré, cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que vem ganhando protagonismo como novo polo de infraestrutura digital no país.

A responsável é a GP Participações em Energia Renovável, que também construirá uma linha de transmissão de 440 kV e aproximadamente 3 km de extensão, ligando a Subestação Sumaré (ISA Energia) à futura Subestação CC Sumaré.

Sumaré já abriga grandes empreendimentos no setor de datacenters. A gigante Microsoft, por exemplo, está construindo o site Sumaré Leste, com obras iniciadas em julho de 2023 e conclusão prevista para 2028. A Ascenty, um dos maiores operadores de datacenters da América Latina, também mantém unidades na região. Além disso, a Aurea Finvest anunciou recentemente o projeto “Data City”, um complexo com capacidade para até 800 MW em infraestrutura digital.

Esse contexto torna o investimento da GP estratégico, tanto em termos de integração energética quanto de posicionamento em um mercado em franca expansão.

Expansão da infraestrutura energética e digital: um objetivo comum

A liberação dos projetos pelo MME está alinhada ao esforço nacional de modernização e fortalecimento da infraestrutura elétrica. Segundo estimativas, os projetos de datacenters autorizados recentemente pela Aneel deverão acrescentar cerca de 550 MW de carga à rede elétrica nacional até 2033, evidenciando o desafio de garantir energia confiável e escalável para suportar a transformação digital em curso.

Além de atender à crescente demanda por conectividade, processamento de dados e serviços em nuvem, os novos empreendimentos contribuem para a descentralização da infraestrutura tecnológica e energética, promovendo desenvolvimento regional e ampliando a resiliência do sistema elétrico.

O cruzamento entre as agendas de energia e tecnologia, especialmente por meio de fontes renováveis e estrutura de alta performance, coloca o Brasil em uma rota estratégica para consolidar-se como hub digital na América Latina. São Paulo, com sua capacidade de atrair investimentos, lidera esse processo.

A expectativa do setor é de que, com os devidos trâmites regulatórios junto à Aneel e ao ONS, os projetos possam iniciar suas obras nos próximos meses, consolidando uma nova fase de crescimento para os datacenters no país e de fortalecimento da matriz elétrica brasileira.

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