Comitiva da hidrelétrica foi recebida pela Eletronuclear na CNAAA para conhecer de perto os sistemas de proteção física e fortalecer sinergias dentro da holding ENBPar
Em um movimento que reforça a integração entre as empresas que compõem a holding estatal Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), a Eletronuclear recebeu, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis (RJ), uma comitiva da Itaipu Binacional. O encontro teve como objetivo central o intercâmbio de conhecimento sobre segurança física em instalações de geração de energia, além de promover o alinhamento institucional entre duas das principais geradoras de energia do Brasil.
A delegação de Itaipu foi recepcionada pelo supervisor de Proteção Física da Eletronuclear, Gilberto Abreu, que apresentou aos visitantes os protocolos, sistemas e práticas adotados para garantir a segurança física da CNAAA — o complexo nuclear que abriga as usinas Angra 1 e Angra 2, e futuramente Angra 3.
Além da reunião técnica, a comitiva percorreu áreas operacionais da usina Angra 2 e visitou o Centro de Treinamento da Eletronuclear, onde teve acesso aos simuladores de operação das usinas nucleares, um dos principais recursos usados para capacitar operadores e técnicos com foco em segurança, controle e resposta a eventos.
Alinhamento estratégico no setor elétrico nacional
A visita marca um importante passo para fortalecer o intercâmbio entre diferentes modalidades de geração de energia dentro do setor público brasileiro. De um lado, Itaipu Binacional é um dos maiores complexos hidrelétricos do mundo, com 14 mil MW de capacidade instalada. De outro, a Eletronuclear é a responsável pela geração de energia de origem nuclear no Brasil, com um papel estratégico para a segurança energética nacional.
Ambas as empresas integram a estrutura da ENBPar, criada em 2021 para gerenciar participações da União em projetos estratégicos nas áreas de energia nuclear e binacional. A holding tem como missão garantir a continuidade e governança desses empreendimentos considerados essenciais, incluindo o andamento de Angra 3, as operações da Eletronuclear e a gestão da parte brasileira de Itaipu.
Neste contexto, encontros como o realizado em Angra são fundamentais para reforçar a padronização de boas práticas, promover a cultura de segurança e alinhar protocolos de proteção física e cibernética, especialmente diante de novos desafios no setor energético global, que vão desde ameaças híbridas a desastres naturais e riscos operacionais.
Segurança física: prioridade máxima para instalações nucleares
A proteção física é uma das áreas mais críticas em qualquer instalação nuclear. Envolve um conjunto de barreiras físicas, vigilância eletrônica, controle de acesso e protocolos de contingência que visam evitar qualquer tipo de interferência externa, sabotagem ou acesso não autorizado.
Durante a visita, a equipe de Itaipu teve a oportunidade de conhecer o nível de complexidade e sofisticação envolvido na proteção da CNAAA, incluindo medidas específicas que seguem diretrizes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Segundo o supervisor Gilberto Abreu, o encontro foi extremamente positivo. “Tivemos a chance de mostrar a seriedade com que tratamos a segurança física em nossas instalações, e também aprendemos com a experiência de Itaipu, que lida com uma estrutura de geração gigantesca e integrada entre dois países.”
Cooperação que gera valor
O intercâmbio entre empresas do setor energético não apenas amplia a capacidade técnica das instituições envolvidas, mas também contribui para uma visão integrada da segurança energética nacional, onde sinergias entre geração hidrelétrica e nuclear podem resultar em sistemas mais resilientes, diversificados e confiáveis.
A expectativa é que esse tipo de aproximação se torne mais frequente dentro do escopo da ENBPar, criando uma rede de compartilhamento de conhecimento técnico e estratégico entre os diferentes braços operacionais da estatal.
Diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas, pela necessidade de descarbonização da matriz energética e pela crescente demanda por energia segura, limpa e contínua, a união de forças entre Eletronuclear e Itaipu sinaliza uma direção promissora para o futuro do setor elétrico brasileiro.