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Equatorial Realiza Venda de Ativos de Transmissão por Até R$ 9,4 Bilhões e Revisa Estratégia

Equatorial Realiza Venda de Ativos de Transmissão por Até R$ 9,4 Bilhões e Revisa Estratégia

Operação define saída da empresa do segmento de transmissão e reforça sua estratégia de crescimento com novas oportunidades no setor elétrico

A Equatorial S.A., uma das principais companhias do setor elétrico brasileiro, anunciou nesta quarta-feira (03/04) a assinatura de um Contrato de Compra e Venda de Ações com a Infraestrutura e Energia Brasil S.A., subsidiária da Verene Energia S.A., empresa controlada pelo fundo canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ). A transação prevê a alienação de 100% das ações da Equatorial Transmissão S.A., marcando a saída definitiva da companhia do segmento de transmissão de energia elétrica.

O acordo, ainda sujeito à aprovação de órgãos reguladores como a ANEEL e o CADE, além de determinados credores, estabelece um enterprise value de até R$ 9,395 bilhões, considerando um equity value de até R$ 5,188 bilhões na data-base de 30 de junho de 2025. O valor será corrigido pelo CDI até a efetiva conclusão do negócio, respeitando as regras de ajustes previstas no contrato.

Com a venda, a Equatorial transfere um portfólio considerado estratégico e de alta rentabilidade no setor, composto por sete Sociedades de Propósito Específico (SPEs) adquiridas nos leilões de 2016 e 2017, além da Equatorial Transmissora Holding S.A.

Estrutura e implicações da transação

Segundo comunicado da companhia, haverá uma reorganização societária como parte da estrutura do negócio, com a segregação das empresas Echoenergia Participações S.A., Echoenergia Crescimento S.A. e Equatorial Renováveis S.A., conforme o perímetro da transação.

A dívida líquida dos ativos de transmissão somava R$ 2,862 bilhões em dezembro de 2024, com previsão de ajustes até junho de 2025. Vale destacar que o caixa gerado no primeiro semestre de 2025 será retido pela Equatorial, o que contribui para reforçar a liquidez da empresa em meio à sua nova estratégia de negócios.

Com a conclusão da operação, a Equatorial deixará de ter participação direta ou indireta no segmento de transmissão, encerrando um ciclo de investimentos bem-sucedido iniciado há quase uma década. A empresa sinaliza que o movimento está alinhado à sua estratégia de otimização da estrutura de capital e à busca por novas oportunidades, tanto orgânicas quanto inorgânicas, no setor elétrico.

Novo foco: desalavancagem e expansão estratégica

Em nota, a Equatorial informou que os recursos oriundos da venda poderão ser direcionados para acelerar o processo de desalavancagem, especialmente após aquisições recentes que elevaram sua alavancagem financeira. A transação também abre espaço para explorar novas frentes de negócios e realizar eventuais pagamentos de proventos aos acionistas, como dividendos ou Juros sobre Capital Próprio (JSCP).

A transação teve como assessores o Banco BTG Pactual e o escritório Stocche Forbes, que auxiliaram a companhia em todas as etapas jurídicas e financeiras da operação.

Repercussão no mercado

Especialistas avaliam que a saída da Equatorial do setor de transmissão representa uma redefinição estratégica da companhia, que agora poderá concentrar esforços em áreas com maior sinergia operacional e potencial de crescimento — como energia renovável, distribuição e geração descentralizada. A entrada da CDPQ, por meio da Verene Energia, também reforça a presença de capital internacional em ativos estratégicos da infraestrutura brasileira.

Do ponto de vista regulatório, a operação ainda precisa do aval dos órgãos competentes, mas é vista como um movimento natural em um setor cada vez mais dinâmico e competitivo. Com isso, a Equatorial sinaliza ao mercado sua capacidade de realizar movimentos de grande porte com foco em eficiência operacional, disciplina financeira e valorização do acionista.

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