Com migração recorde, empresas buscam mais economia e previsibilidade nos custos de energia
O mercado livre de energia no Brasil segue expandindo de forma acelerada e demonstra um interesse crescente entre empresas de pequeno e médio porte. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o momento, 14.548 unidades consumidoras já formalizaram a decisão de migrar para esse ambiente em 2025, refletindo um movimento de transformação no setor elétrico nacional. Desse total, 96% correspondem a consumidores de menor porte, com demanda inferior a 500 kW, que agora enxergam a migração como uma alternativa viável e vantajosa.
A adesão ao mercado livre de energia permite que empresas escolham seus fornecedores e negociem preços e condições contratuais de forma mais flexível, resultando em maior previsibilidade e potencial redução de custos. Antes restrito a grandes indústrias e consumidores com alta demanda, esse modelo foi ampliado para todos os consumidores do Grupo A (média e alta tensão) a partir de janeiro de 2024, conforme estabelecido pela Portaria 50/2022.
Crescimento expressivo nas regiões Norte e Centro-Oeste
Os dados da Aneel mostram que a maior concentração de consumidores que já formalizaram a migração está nas regiões Sudeste (45%) e Sul (22,6%). No entanto, proporcionalmente, a expansão é mais expressiva no Norte e no Centro-Oeste. Os estados do Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul lideram a lista com os maiores crescimentos relativos. O Amazonas, por exemplo, registrou um aumento de 1.064% no número de consumidores prestes a se tornarem livres, enquanto Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram avanços de 80% e 58%, respectivamente.
Já o Nordeste concentra 18% das unidades consumidoras que decidiram migrar para o mercado livre em 2025, um indicativo de que esse modelo tem se tornado cada vez mais atrativo para empresas de diferentes perfis e regiões do país.
Expansão contínua e perspectivas para o futuro
A tendência é de que esse crescimento se intensifique nos próximos meses. Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), a comunicação e o esforço comercial das empresas fornecedoras têm desempenhado um papel fundamental na ampliação do mercado, o que deve resultar em um novo recorde de adesões.
Em 2024, por exemplo, o mercado livre de energia registrou um crescimento histórico, com 25.966 novas unidades consumidoras aderindo ao modelo, elevando o total para 64.497 unidades. Esse aumento de 67% em um único ano demonstra um movimento consolidado e reforça a percepção de que cada vez mais empresas buscam maior autonomia na gestão de seus custos energéticos.
Além da vantagem financeira, a migração para o mercado livre também permite a escolha de fornecedores que atuam com fontes de energia renováveis, contribuindo para práticas mais sustentáveis dentro das empresas.
O que esperar nos próximos anos?
Com a modernização regulatória e a crescente adesão de consumidores de menor porte, o mercado livre de energia deve continuar sua trajetória ascendente. A ampliação da concorrência entre fornecedores e a busca por soluções mais eficientes e sustentáveis tendem a fortalecer ainda mais esse modelo.
Para muitas empresas, a decisão de migrar para o mercado livre pode representar não apenas uma redução de custos, mas também um diferencial competitivo, garantindo maior previsibilidade orçamentária e flexibilidade na gestão do consumo de energia.