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Brasil pode se tornar superpotência da indústria verde, aponta relatório internacional

Brasil pode se tornar superpotência da indústria verde, aponta relatório internacional

País está entre os quatro com maior potencial para liderar a transição energética global, mas desafios regulatórios ainda travam avanço

O Brasil está em posição privilegiada para se tornar uma potência da indústria verde global, ao lado de China, Estados Unidos e Rússia. Essa é a conclusão de um novo relatório produzido pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que destaca o enorme potencial brasileiro na transição energética do século 21.

Segundo o estudo, realizado pelo Net Zero Industrial Policy Lab (NZIPL), o país se destaca por sua abundância de recursos renováveis, vastas reservas de minerais críticos e uma base industrial já consolidada. No entanto, apesar da posição estratégica, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos para transformar essa vantagem em liderança global. Falta de direcionamento em políticas públicas e investimentos dispersos podem comprometer o avanço da economia verde nacional, aponta o relatório.

A pesquisa analisou sete setores essenciais para a economia sustentável de 2050, nos quais o Brasil apresenta vantagens competitivas: minerais críticos, baterias, veículos elétricos híbridos com biocombustíveis, combustíveis sustentáveis para aviação, produção de equipamentos para energia eólica, aço de baixo carbono e fertilizantes verdes. A conclusão é clara: o Brasil tem o potencial de se tornar um dos principais fornecedores globais de energia limpa, materiais e tecnologias sustentáveis, mas precisa de políticas mais eficazes para consolidar essa posição.

Oportunidades e desafios do Brasil na indústria verde

O relatório reforça que o Brasil já possui condições estruturais favoráveis para impulsionar sua indústria verde. O país conta com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, forte produção de biocombustíveis, além de acesso a minerais estratégicos essenciais para baterias e veículos elétricos.

Entretanto, essa base promissora não é suficiente para garantir competitividade global. O relatório destaca algumas barreiras que precisam ser superadas:

  • Falta de direcionamento nas políticas públicas: A Nova Indústria Brasil (NIB), principal iniciativa do governo para impulsionar o setor, prevê investimentos de US$ 60 bilhões, mas o estudo alerta para o risco de pulverização dos recursos em múltiplas frentes, sem impacto significativo em setores estratégicos.
  • Necessidade de investimentos mais assertivos: O Brasil precisa priorizar setores específicos, em vez de tentar abarcar todas as frentes ao mesmo tempo. Estratégias bem-sucedidas de outros países demonstram que o foco em segmentos prioritários é essencial para consolidar uma indústria forte.
  • Fomento à inovação e à educação: O estudo aponta que a colaboração entre universidades, setor privado e sociedade civil é crucial para promover inovação, como já ocorre em setores consolidados, como o de petróleo, com parcerias entre Petrobras e Coppead/UFRJ.

Brasil sob os holofotes na COP30

O relatório chega em um momento crítico para o Brasil no cenário internacional. Em 2025, o país sediará a COP30, a Conferência de Clima das Nações Unidas, um dos principais eventos globais sobre mudanças climáticas e transição energética. O documento reforça a importância de políticas industriais verdes e financiamento climático, temas centrais debatidos na COP29 de 2024 e na recente cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

Essa visibilidade coloca pressão sobre o Brasil para demonstrar compromisso e liderança real na economia sustentável. Se souber aproveitar esse momento, o país pode atrair mais investimentos e consolidar sua posição como um player estratégico na indústria verde mundial.

Para isso, é necessário transformar o potencial identificado no estudo em ações concretas: melhor governança das políticas públicas, atração de investimentos estratégicos e estímulo à inovação. O Brasil tem todas as ferramentas para liderar a nova economia verde global. O desafio agora é saber usá-las com eficiência e visão de longo prazo.

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