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Dívida Milionária Faz Light Cortar Energia da UFRRJ e Amplia Debate sobre a Crise Financeira nas Universidades

Dívida Milionária Faz Light Cortar Energia da UFRRJ e Amplia Debate sobre a Crise Financeira nas Universidades

Fornecimento foi interrompido em instalações administrativas após fracasso em negociações; unidades essenciais seguem com energia

A crise financeira das universidades federais ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira (30), quando a Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica no Rio de Janeiro, suspendeu o fornecimento de energia em algumas instalações administrativas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) devido a uma dívida milionária acumulada ao longo dos últimos meses.

O corte ocorreu após diversas tentativas de negociação entre a Light e a reitoria da universidade, que não conseguiram chegar a um novo acordo para a quitação dos débitos. De acordo com a concessionária, a dívida da UFRRJ soma R$ 2,67 milhões, referentes a faturas vencidas entre maio de 2024 e janeiro de 2025, além de uma parcela não paga de um acordo firmado em junho do ano passado.

Para evitar prejuízos à comunidade acadêmica e à população que depende de serviços essenciais prestados pela universidade, a Light informou que manteve o fornecimento de energia para unidades cadastradas como essenciais, incluindo setores de saúde e segurança. No entanto, departamentos administrativos e outras instalações foram afetadas pela medida.

A suspensão do fornecimento de energia escancara as dificuldades financeiras enfrentadas por diversas universidades federais no país. O problema não é exclusivo da UFRRJ – nos últimos anos, cortes orçamentários, atrasos em repasses do governo federal e o aumento dos custos operacionais têm levado instituições de ensino superior a situações de inadimplência com fornecedores de serviços básicos, como energia, segurança e limpeza.

Dívida e negociação frustrada

A Light esclareceu que buscou alternativas para evitar a interrupção do fornecimento, realizando reuniões e apresentando propostas de parcelamento da dívida. Em junho de 2024, um acordo havia sido firmado entre as partes para o pagamento de um montante de R$ 2,82 milhões, mas o não cumprimento do parcelamento acabou gerando uma nova inadimplência.

Diante desse cenário, a concessionária justificou a suspensão parcial do fornecimento como uma medida necessária para cobrar a dívida sem comprometer serviços essenciais. “Estamos sempre dispostos ao diálogo e buscamos soluções que evitem impactos à comunidade acadêmica, mas a continuidade do fornecimento exige que os compromissos sejam honrados”, declarou a empresa em nota.

Até o momento, a reitoria da UFRRJ não se manifestou oficialmente sobre a situação, mas internamente há preocupação com os impactos que a interrupção pode causar em atividades administrativas e acadêmicas.

Impactos e cenário nacional

A crise financeira das universidades federais tem sido amplamente debatida nos últimos anos, e a suspensão do fornecimento de energia na UFRRJ reforça um problema estrutural que afeta diversas instituições pelo país. Segundo especialistas, a defasagem nos repasses federais, combinada ao aumento das despesas operacionais e à necessidade de investimentos em infraestrutura, coloca muitas universidades em situação de vulnerabilidade financeira.

Casos como o da UFRRJ levantam questionamentos sobre o modelo de financiamento do ensino superior público no Brasil e a necessidade de maior previsibilidade orçamentária. Sem recursos garantidos e com dificuldades para quitar despesas básicas, o funcionamento das instituições fica comprometido, impactando diretamente estudantes, pesquisadores e a sociedade como um todo.

Enquanto isso, a Light e a universidade seguem em impasse. Ainda não há previsão para a normalização do fornecimento de energia nas instalações afetadas, e a reitoria da UFRRJ deve buscar alternativas para regularizar a situação e evitar que o problema se agrave nos próximos meses.

A situação da UFRRJ acende um alerta para outras instituições que enfrentam dificuldades semelhantes, evidenciando a necessidade urgente de políticas que garantam a estabilidade financeira do ensino superior público no Brasil.

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