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ANEEL Inicia Consulta Pública para Ajustar Regras de Compartilhamento de Outras Receitas no Setor Elétrico

ANEEL Inicia Consulta Pública para Ajustar Regras de Compartilhamento de Outras Receitas no Setor Elétrico

Proposta busca fomentar inovação tecnológica e equilíbrio entre modicidade tarifária e incentivos às distribuidoras

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) abriu a Consulta Pública 3/2025, visando aprimorar a regulação sobre o compartilhamento de “Outras Receitas” das distribuidoras de energia elétrica. As contribuições poderão ser enviadas entre 29 de janeiro e 14 de março de 2025, e os interessados já podem acessar os documentos e detalhes no portal da agência.

O tema é regulado pelos submódulos 2.7 e 2.7A dos Procedimentos de Regulação Tarifária (Proret), que determinam como os valores obtidos com 23 atividades acessórias — como prestação de serviços e comercialização de direitos ligados à pesquisa — devem ser compartilhados em prol da modicidade tarifária. A cada oito anos, a metodologia é revisada completamente; já a revisão parcial ocorre a cada quatro anos.

A metodologia vigente define que 60% da receita bruta de atividades complementares realizadas pelas distribuidoras deve ser revertida para reduzir as tarifas pagas pelos consumidores. Porém, algumas atividades, como a elaboração de projetos para geração distribuída, serviços de comunicação de dados e estações de recarga para veículos elétricos, têm um percentual de compartilhamento reduzido para 30%. A nova proposta em discussão, detalhada no Relatório de Análise de Impacto Regulatório nº 02/2024-STR/ANEEL, sugere mudanças para incentivar a inovação e ajustar os critérios de compartilhamento.

Mudanças Propostas na Consulta Pública

A ANEEL avaliou quatro alternativas regulatórias, optando pela quarta como a mais equilibrada. Essa alternativa propõe:

  1. Manutenção dos percentuais vigentes (60% e 30%) para as receitas obtidas até a próxima revisão tarifária.
  2. Percentual de 50% para receitas excedentes de atividades acessórias complementares, calculado sobre valores atualizados.
  3. Incentivo a novas tecnologias com compartilhamento progressivo das receitas de inovação:
    • Percentual inicial de 5% da receita bruta para tecnologias emergentes, subindo linearmente até 20% no décimo ano de atividade.
  4. Redução para 15% no compartilhamento de receitas relacionadas à comercialização de direitos de propriedade e produtos oriundos de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

A proposta tem como foco promover investimentos em tecnologias emergentes, como estações de recarga para veículos elétricos e eficiência energética, enquanto busca um equilíbrio entre inovação, estabilidade financeira das distribuidoras e redução de tarifas para os consumidores.

Impacto para o Setor de Distribuição e Consumidores

A introdução de incentivos progressivos para novas tecnologias é um marco importante, pois pode estimular iniciativas em eficiência energética, mobilidade elétrica e digitalização das redes de energia. Segundo a ANEEL, a proposta busca criar um ambiente regulatório que apoie a transição energética, sem comprometer a modicidade tarifária, que é um dos pilares da regulação do setor.

Além disso, a inclusão de uma progressão linear no compartilhamento de receitas em atividades inovadoras é vista como um movimento para encorajar investimentos a longo prazo, especialmente em áreas que envolvem grandes custos iniciais, mas retornos promissores em eficiência e sustentabilidade.

Como Participar da Consulta Pública

A ANEEL convida agentes do setor elétrico, especialistas, associações e consumidores a contribuírem para o aprimoramento da proposta. As contribuições podem ser enviadas para o e-mail cp003_2025@aneel.gov.br no período de 29 de janeiro a 14 de março de 2025.

Os documentos e estudos detalhados que embasam a consulta, incluindo o Relatório de Análise de Impacto Regulatório, estão disponíveis no portal da ANEEL. A participação pública é fundamental para garantir que as mudanças na regulação sejam amplamente debatidas e atendam às necessidades de todos os envolvidos no setor elétrico.

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