Sistema Interligado Nacional (SIN) registra pico de 102.924 MW devido às altas temperaturas em diversas regiões do país
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou nesta quarta-feira (22) que o Brasil atingiu um novo recorde de demanda instantânea de carga elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). Às 14h30, a demanda chegou a impressionantes 102.924 MW, superando o recorde anterior de 102.478 MW, registrado em março de 2024.
A marca histórica reflete o aumento expressivo no consumo de energia elétrica no país, impulsionado principalmente pelas altas temperaturas registradas nos últimos dias. O calor intenso contribuiu para o uso mais acentuado de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores e outros equipamentos que demandam maior consumo energético.
Condições climáticas como motor do aumento
De acordo com o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, os recentes picos de temperatura tiveram papel fundamental no comportamento da carga. “As condições climáticas, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde foram registradas temperaturas acima da média, contribuíram significativamente para esse recorde de demanda energética,” explicou Rea.
Além do recorde de carga instantânea, outro marco foi alcançado na terça-feira (21), quando o SIN registrou uma carga média de 91.645 MWmed, superando o recorde anterior de 91.360 MWmed, também de março de 2024. Esse indicador reforça a crescente demanda por energia em períodos prolongados, não apenas em picos isolados.
Impactos do aumento de demanda no sistema
Com o aumento da demanda por energia, os desafios para o sistema elétrico brasileiro também crescem. A capacidade de geração e transmissão deve acompanhar esses picos para garantir a estabilidade do fornecimento de energia, especialmente em períodos críticos.
O recorde demonstra a importância de avançar em estratégias de diversificação da matriz energética, com foco em fontes renováveis e sistemas de armazenamento de energia, que podem ajudar a atender à crescente demanda de forma sustentável.
Além disso, o ONS precisará monitorar de perto as condições climáticas e seus impactos no consumo, uma vez que o aquecimento global tende a intensificar os eventos climáticos extremos e, consequentemente, a demanda por energia.
Previsões para o futuro
Com o verão ainda em andamento, é provável que novos recordes sejam registrados nos próximos meses, especialmente se as temperaturas se mantiverem elevadas. O Brasil, cuja matriz energética já é considerada uma das mais limpas do mundo devido à alta participação de hidrelétricas, precisará reforçar seus investimentos em fontes alternativas, como solar e eólica, para atender a essa demanda crescente.
Além disso, medidas como a modernização da infraestrutura elétrica e campanhas de conscientização para o uso eficiente da energia podem ajudar a mitigar os impactos do aumento da demanda no sistema.
Embora o recorde seja um indicativo do aumento da atividade econômica e do consumo, ele também representa um desafio significativo para o setor elétrico brasileiro. A expansão da capacidade instalada e o fortalecimento das redes de transmissão serão cruciais para evitar sobrecargas e garantir a segurança energética do país nos próximos anos.