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Empresários brasileiros demonstram menor preocupação com custos de energia, aponta estudo da Grant Thornton

Empresários brasileiros demonstram menor preocupação com custos de energia, aponta estudo da Grant Thornton

A busca por fontes renováveis e o mercado livre de energia são apontados como fatores que impulsionam o otimismo entre líderes empresariais no Brasil

Um cenário energético mais otimista está se desenhando para os empresários brasileiros. Segundo a última edição do International Business Report (IBR), estudo trimestral realizado pela Grant Thornton, o nível de preocupação com custos de energia entre líderes de empresas de médio porte no Brasil caiu de 41% para 36% no último trimestre de 2024, marcando o menor índice registrado na história da pesquisa.

Essa tendência posiciona o Brasil na contramão do cenário global. Enquanto o índice de preocupação com custos energéticos caiu no Brasil, a média global subiu de 50% para 55%, e na América Latina passou de 37% para 39%.

De acordo com Élica Martins, Líder de Energia e Recursos Naturais da Grant Thornton Brasil, essa diferença se deve, principalmente, à maior adesão ao mercado livre de energia e às boas condições climáticas que favoreceram a geração hidrelétrica no país em 2024. “O mercado livre tem permitido às empresas uma maior autonomia na escolha de fornecedores, o que se traduz em uma significativa redução de custos, especialmente para consumidores de alta tensão, como indústrias de médio porte”, explica a especialista.

O impacto do mercado livre de energia e das fontes renováveis

O avanço do mercado livre de energia tem sido um divisor de águas para as empresas brasileiras. Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o número de unidades consumidoras no mercado livre chegou a 60 mil em 2024, com 22 mil novas migrações registradas no ano. Esse modelo já representa 40% do consumo de eletricidade no Brasil.

A portaria MME 50/2022, que entrou em vigor em 2023, foi um dos principais catalisadores dessa expansão. Ao permitir que empresas escolham seus fornecedores e fontes de energia, ela reduziu custos operacionais, principalmente para indústrias e negócios de médio porte.

Além disso, a diversificação das fontes de energia tem desempenhado um papel crucial na redução das preocupações com os custos. “Com o aumento da geração solar e eólica, especialmente em regiões onde essas fontes são abundantes, os preços se mantêm mais estáveis e menos dependentes das flutuações dos combustíveis fósseis”, aponta Élica.

Condições climáticas favoráveis e sustentabilidade

A especialista também atribui o otimismo à melhora nas condições climáticas. Em 2024, os níveis das reservas hidrelétricas foram suficientes para atender à demanda, garantindo menor volatilidade nos custos energéticos. “Um ano de boas condições hídricas, como o que tivemos, aumenta a geração hidrelétrica e reduz a necessidade de acionamento de usinas térmicas, que possuem custos mais elevados”, explica Élica.

Outro ponto destacado foi a maior adoção de energias renováveis. “O Brasil está avançando na implementação de energia solar e eólica, o que não só contribui para a redução de custos, mas também está alinhado aos objetivos de sustentabilidade”, comenta a especialista.

Desafios e perspectivas para 2025

Apesar do otimismo, o setor ainda enfrenta desafios significativos. A volatilidade dos preços das matérias-primas e a necessidade de investimentos em infraestrutura para expandir o acesso às fontes renováveis permanecem como barreiras importantes.

“Embora existam incentivos fiscais e políticas regulatórias voltadas para promover eficiência e energias limpas, é preciso ampliar os investimentos em infraestrutura para garantir uma transição energética mais rápida e acessível”, pontua Élica.

Para empresas que ainda não têm capacidade de investir em geração própria de energia, alternativas como consórcios ou entrada no mercado livre são estratégias viáveis. “Essas opções democratizam o acesso à energia mais barata, promovem sustentabilidade e aumentam a independência energética das empresas”, conclui a especialista.

Com uma combinação de políticas públicas favoráveis, crescimento do mercado livre e aumento da geração renovável, 2025 promete consolidar o Brasil como um dos líderes em eficiência energética e sustentabilidade empresarial.

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