Novo sistema garante maior eficiência e segurança, otimizando a produção de energia da maior hidrelétrica do mundo
A usina hidrelétrica de Itaipu concluiu, em agosto de 2024, a modernização do Sistema de Telemetria Hidrometeorológica (STH), projeto estratégico para otimizar a produção de energia e reforçar a segurança operacional. O novo sistema entrou em operação após um rigoroso período de testes e operação assistida, consolidando um esforço conjunto das equipes brasileiras e paraguaias da Diretoria Técnica da Itaipu.
Iniciado em outubro de 2020, o projeto ampliou e modernizou a infraestrutura existente, substituindo 40 estações remotas por unidades tecnológicas avançadas e instalando 18 novas estações, totalizando 58 unidades distribuídas ao longo das bacias hidrográficas monitoradas pela usina. As estações contam com comunicação via satélite (INMARSAT) e, em alguns casos, rádio, garantindo a coleta de dados mesmo em condições adversas.
“Esse é um projeto de gerenciamento complexo, envolvendo contratos interdependentes e equipamentos em locais remotos. O sucesso só foi possível graças ao comprometimento de toda a equipe e à parceria entre as áreas brasileira e paraguaia”, afirmou Galileu Godoy Terada, coordenador do projeto pela Divisão de Engenharia Eletrônica e Sistemas de Controle.
Um salto tecnológico na gestão hídrica
O novo STH é essencial para a supervisão hidráulica da usina e integra-se aos sistemas de operação e manutenção, como o SCADA (supervisão, controle e aquisição de dados) e o SOM (Sistemática de Operação e Manutenção). Ele coleta dados de sensores pluviométricos e fluviométricos que monitoram chuvas, vazões e níveis dos principais rios afluentes, permitindo previsões mais precisas de afluências e monitoramento de cheias.
Além disso, o sistema modernizado utiliza servidores virtualizados, aumentando a robustez e a resiliência da infraestrutura digital. Segundo Luiz Maldonado, da Divisão de Estudos Hidrológicos e Energéticos, o STH passou por duas atualizações anteriores, a última em 2002, mas a versão atual é a mais avançada. “Agora, com 58 estações modernas, temos um sistema muito mais confiável, rápido e abrangente, cobrindo áreas onde não tínhamos informações hidrológicas. Isso melhora significativamente nossa capacidade de previsão e operação em tempo real,” destacou Maldonado.
Reestruturação física e desafios superados
A modernização do STH exigiu não apenas avanços digitais, mas também reestruturações físicas significativas. Os abrigos das estações remotas foram substituídos por estruturas metálicas mais robustas e adaptáveis, que resistem a condições adversas, como cheias e vandalismo. Essa atualização foi necessária para garantir a durabilidade dos equipamentos e a continuidade das operações.
O projeto enfrentou desafios significativos, incluindo o acesso a locais remotos e as restrições impostas pela pandemia de covid-19. Ainda assim, as equipes concluíram a instalação das estações paraguaias em 2021 e das brasileiras em setembro de 2023, demonstrando resiliência e comprometimento.
Colaboração internacional e impacto positivo
A modernização do STH é um exemplo de colaboração internacional, envolvendo múltiplas áreas técnicas e operacionais de Itaipu no Brasil e no Paraguai. O projeto também contou com o apoio de órgãos de meio ambiente e representantes municipais para o licenciamento e instalação de estações remotas.
O impacto do novo sistema é amplo: além de melhorar o planejamento hidrológico e a operação da usina, ele contribui para a segurança energética, otimizando a produção de energia em condições normais e durante eventos críticos, como cheias.
“A modernização do STH fortalece nossa capacidade de operar com eficiência e segurança, garantindo que Itaipu continue sendo uma referência em geração de energia limpa e sustentável,” concluiu Maldonado.