Acordo estratégico inclui trocas de participação em usinas e transmissoras, simplificando a estrutura e gerando sinergias operacionais
Em mais um movimento estratégico para otimizar seu portfólio, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) anunciou a celebração de um acordo com a Eletrobras para o descruzamento de ativos. A operação envolve a Copel Geração e Transmissão S.A. (Copel GeT), subsidiária integral da empresa, e traz mudanças significativas na composição dos ativos de geração e transmissão das companhias.
Pelo contrato firmado, a Copel assumirá a totalidade da participação de 49% da Eletrobras na Usina Hidrelétrica Mauá (UHE Mauá) e de 49,9% na transmissora Mata de Santa Genebra S.A. (MSG), consolidando 100% de controle sobre esses ativos em seu balanço. Em contrapartida, a Copel transferirá à Eletrobras a Usina Hidrelétrica Colíder (UHE Colíder), hoje 100% de sua propriedade. Para completar o acordo, a Copel ainda pagará R$ 365 milhões em caixa à Eletrobras, com valores sujeitos a ajustes de mercado.
A operação tem como data-base 31 de dezembro de 2023 e inclui a transferência do caixa e dos financiamentos relacionados aos ativos. O fechamento da transação, no entanto, está condicionado ao cumprimento de condições precedentes comuns nesse tipo de negociação.
Racional Estratégico: Sinergias e Benefícios Fiscais
O descruzamento de ativos reflete o esforço contínuo da Copel em revisar e otimizar seu portfólio, sempre avaliando oportunidades para reciclar ativos e participações. A simplificação estrutural gerada pela operação deve proporcionar ganhos administrativos e operacionais, resultando em maior eficiência.
Outro ponto de destaque é o impacto financeiro positivo da operação. A transferência da UHE Colíder permitirá à Copel compensar aproximadamente R$ 170 milhões de prejuízos fiscais contabilizados em decorrência do impairment desse ativo. Essa compensação trará benefícios imediatos para os resultados da companhia, reforçando sua estratégia de geração de valor.
Detalhes do Acordo: O que Muda no Portfólio da Copel
Antes da operação, a UHE Mauá e a transmissora MSG eram geridas em parceria entre Copel e Eletrobras, o que demandava uma estrutura compartilhada de operação e administração. Com o acordo, a Copel passará a deter 100% desses ativos, consolidando-os integralmente em seu balanço e eliminando a necessidade de gestão compartilhada. Isso representa um importante passo para simplificar a estrutura de ativos da empresa, além de ampliar o controle sobre projetos estratégicos.
Por outro lado, a transferência da UHE Colíder para a Eletrobras alivia a Copel de um ativo que vinha apresentando desafios financeiros e operacionais, como os prejuízos fiscais registrados anteriormente. Essa troca é vista como uma solução eficiente para fortalecer o equilíbrio operacional e financeiro da companhia.
A operação foi conduzida com o suporte do banco BTG Pactual e do escritório Stocche Forbes Advogados, que assessoraram a Copel em todas as etapas da negociação. A expertise dessas instituições reforça a robustez da transação, alinhada às melhores práticas de mercado.
Embora o acordo ainda dependa do cumprimento de condições precedentes para ser concluído, ele já reflete uma visão estratégica clara: focar em ativos que garantam maior eficiência e retorno financeiro.