Com emissão de até 500 milhões de ações, iniciativa visa capitalizar créditos de R$ 528 milhões e dar fôlego à recuperação judicial da companhia
Em mais um passo para reforçar sua estrutura de capital e reduzir seu endividamento, a Renova Energia S.A. – em Recuperação Judicial – anunciou, em reunião do Conselho de Administração realizada em 24 de outubro de 2024, a aprovação de um aumento de capital significativo. A medida, que está sujeita a uma série de condições, visa permitir a emissão de até 500 milhões de ações ordinárias a um preço de R$ 1,08 por ação, totalizando entre R$ 524 milhões e R$ 540 milhões.
Essa operação de capitalização é uma das ações estruturais da empresa para enfrentar a crise financeira, permitindo uma melhoria substancial em sua estrutura de endividamento. A Renova, que está em recuperação judicial e busca reestruturar suas finanças, aprovou essa captação com o objetivo de viabilizar a “Capitalização dos Créditos” por meio do VC Energia II Fundo de Investimento em Participações, o qual possui créditos de mais de R$ 528 milhões junto à companhia.
Detalhes da Emissão
O preço de emissão foi definido em R$ 1,08, considerando o preço médio ponderado pelo volume (VWAP) das ações ordinárias da Renova nos 30 pregões da B3 entre 12 de setembro e 23 de outubro de 2024, com um deságio de 0,9%. Segundo a empresa, o valor foi calculado de forma a evitar uma diluição excessiva dos acionistas atuais, respeitando o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações.
A emissão prevê a subscrição privada de um mínimo de 485.185.185 e um máximo de 500.000.000 ações ordinárias, todas nominativas e sem valor nominal, dentro do limite de capital autorizado pela companhia. O aumento de capital visa captar pelo menos R$ 523.999.999,80 e, no máximo, R$ 540.000.000,00.
Capitalização dos Créditos e Redução do Endividamento
A principal finalidade deste aumento de capital é viabilizar a “Capitalização dos Créditos” devidos ao VC Energia II Fundo de Investimento em Participações, que declarou possuir um montante de R$ 58,1 milhões em créditos contra a Renova, além de créditos adicionais de R$ 469,9 milhões, somando mais de R$ 528 milhões, conforme informado no último balanço de setembro de 2024. Com essa operação, a Renova espera reduzir consideravelmente seu passivo, consolidando uma estrutura financeira mais sólida para o futuro.
A capitalização dos créditos, caso aprovada, permitirá que esses valores sejam convertidos em participação acionária, fortalecendo o capital da empresa e reduzindo a pressão de dívida em sua operação. Essa medida está alinhada com o plano de recuperação judicial da Renova e pode representar um passo importante para a superação da crise que a companhia enfrenta.
Direito de Preferência e Participação dos Acionistas
Para garantir a proteção dos acionistas atuais, será assegurado o direito de preferência para subscrição das novas ações emitidas. A Renova comunicou que os detentores de ações ordinárias e de Units terão prioridade para adquirir as novas ações de forma proporcional às suas participações atuais, conforme o artigo 171 da Lei das Sociedades por Ações.
O prazo para o exercício do direito de preferência será divulgado posteriormente, após a confirmação da titularidade dos créditos pelo credor VC Energia II FIP. Essa medida busca garantir que os acionistas possam participar do aumento de capital e evitar uma diluição desproporcional de suas participações.
Caminho para a Recuperação
O aumento de capital é mais uma das ações da Renova em seu esforço para restabelecer a saúde financeira da companhia e restaurar a confiança do mercado. Em recuperação judicial desde 2019, a Renova busca reestruturar suas operações e reduzir seu endividamento. A capitalização de créditos com o fundo de investimento VC Energia II é vista como um passo fundamental para aliviar as obrigações financeiras e possibilitar que a empresa se foque no seu plano de recuperação.
Além do fortalecimento de sua estrutura de capital, a Renova segue implementando mudanças estratégicas e buscando oportunidades de crescimento sustentável, mantendo seu compromisso com os acionistas e o mercado.
A companhia informou que, em caso de subscrição abaixo do teto máximo, o aumento de capital poderá ser parcialmente homologado, desde que atinja pelo menos o valor mínimo de R$ 524 milhões. Essa flexibilidade permite que a operação se concretize mesmo se a demanda pelos papéis não atingir o valor máximo inicialmente previsto.
Perspectivas para o Mercado e Acionistas
Com essa medida, a Renova Energia busca melhorar sua condição financeira e posicionar-se de forma mais competitiva no mercado de energia. A redução de dívida e o fortalecimento de sua base de capital podem criar um ambiente mais favorável para novos investimentos e parcerias, essenciais para o crescimento de longo prazo da empresa. Para os acionistas, essa reestruturação representa a possibilidade de ganhos futuros, caso a Renova consiga se reerguer e retomar uma trajetória de crescimento sustentável.
A decisão do Conselho de Administração reforça o compromisso da companhia com a sustentabilidade financeira e a recuperação de valor para seus acionistas, credores e demais stakeholders.
