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Brasil assume papel de destaque na bioenergia com foco no biogás, apontam especialistas no World Biogas Association Congress Brazil 2024

Brasil assume papel de destaque na bioenergia com foco no biogás, apontam especialistas no World Biogas Association Congress Brazil 2024
Abertura do World Biogas Association Brazil, realizado na cidade de Foz do Iguaçu - PR.

Evento realizado em Foz do Iguaçu discute o papel do biogás na transição energética e a posição de liderança do Brasil no setor de bioenergia

O Brasil tem potencial para se tornar um líder global no setor de biogás, afirmaram os participantes do World Biogas Association (WBA) Congress Brazil 2024, realizado nesta terça-feira (1º) em Foz do Iguaçu (PR). O evento, promovido pela Associação Mundial do Biogás, reuniu autoridades, especialistas e representantes empresariais para discutir o futuro do biogás no Brasil e seu papel na transição energética global.

Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, destacou o compromisso da empresa em apoiar o Governo Federal, investindo em pesquisas e tecnologias voltadas ao biogás e outras fontes de energia renovável. Ele ressaltou que as iniciativas da Itaipu na área de biogás têm mais de 15 anos e contribuíram para o desenvolvimento de um marco regulatório sobre o tema no Brasil. “A história de Itaipu é uma história de comprometimento com o meio ambiente e com a construção de alternativas energéticas”, afirmou Verri.

O Brasil como referência global em biogás

Charlotte Morton, diretora executiva da Associação Mundial do Biogás, afirmou que “os olhos do mundo estão no Brasil”. Ela destacou o papel do país na promoção da bioenergia e ressaltou sua liderança global em biocombustíveis, especialmente após o lançamento da Aliança Global de Biocombustíveis em 2023, em parceria com a Índia. “O Brasil é um exemplo do poder da bioenergia, com grande potencial no biogás e foco político claro para o futuro”, afirmou Morton, justificando a escolha do país como sede do congresso deste ano.

A realização do evento em Foz do Iguaçu coincide com as reuniões ministeriais do G20 no Brasil, e, segundo Charlotte, o Brasil tem se mostrado alinhado com as metas globais de descarbonização e inovação em bioenergia. A executiva também destacou a visita dos participantes do congresso à Unidade de Demonstração de Biogás e BioSyncrude, localizada na Hidrelétrica de Itaipu, que demonstrou a vanguarda tecnológica da usina na produção de energia renovável.

“Nós trouxemos pessoas de mercados de biogás muito avançados ao redor do mundo, e eles ficaram surpresos ao ver que a instalação da Itaipu é muito mais avançada do que os mercados mais desenvolvidos”, destacou Charlotte, elogiando o papel inovador da binacional.

Perspectivas globais para o biogás

Um dos temas centrais do congresso foi o potencial do biogás para reduzir resíduos orgânicos e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Segundo Charlotte Morton, a produção global de resíduos orgânicos chega a 105 bilhões de toneladas por ano, o que poderia gerar entre 6% e 9% da demanda energética mundial através do biogás. Além disso, ela estimou que o desenvolvimento dessa cadeia energética pode reduzir em um terço o consumo de gás natural e gerar de 10 a 15 milhões de empregos ao redor do mundo.

O primeiro painel do evento, intitulado “Descarbonização da cadeia alimentícia”, reuniu especialistas para discutir o impacto do biogás na redução de resíduos. Participaram Luis Zavaleta, diretor de Sustentabilidade Ambiental da PepsiCo América Latina, Airton Kinz, pesquisador sênior da Embrapa, e Rodrigo Regis, consultor do Governo do Paraná.

Além disso, o congresso abordou o compromisso do Brasil com o Global Methane Pledge, uma iniciativa que busca reduzir as emissões globais de metano em 30% até 2030, em relação aos níveis de 2020. O papel do país na Aliança Global de Biocombustíveis, lançada no G20 de 2023, também foi tema de debate, reforçando o compromisso brasileiro em promover energias limpas e renováveis.

Iniciativas para o futuro do biogás no Brasil

O Brasil tem se posicionado como um dos principais mercados para o desenvolvimento do biogás, graças ao seu vasto potencial agrícola e à capacidade de transformar resíduos orgânicos em energia. As iniciativas discutidas durante o congresso mostram que o país está no caminho certo para se tornar um líder global na produção de biogás, contribuindo de forma significativa para a transição energética mundial e para a descarbonização de setores estratégicos.

O congresso foi organizado em parceria com a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), com patrocínio da Itaipu Binacional. Em outubro, uma segunda edição do evento será realizada em Nova Delhi, na Índia, reforçando a cooperação entre as duas nações em torno da bioenergia.

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