Ministro de Minas e Energia destaca equilíbrio entre segurança energética e modicidade tarifária; ONS aponta economia de 2,5 GW com possível adoção do horário de verão
Durante a 296ª reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (19/9), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tranquilizou o mercado e os consumidores ao afirmar que o Brasil não enfrenta risco de crise energética em 2024. O evento, que reuniu os principais órgãos do setor elétrico, foi palco de discussões sobre o equilíbrio entre a oferta de energia e a manutenção de tarifas mais baixas, além de abordar a possível retomada do horário de verão.
Segundo Silveira, o cenário energético do país está controlado, mas é necessário estar atento aos picos de demanda, especialmente nos horários de maior consumo. “Não temos chance de crise energética este ano, mas devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual, em especial nos horários de ponta. A nossa missão é equilibrar segurança energética com modicidade tarifária, ou seja, menores tarifas para o consumidor. Se energia é vida, energia mais barata é sinônimo de renda, emprego e desenvolvimento nacional”, destacou o ministro.
Avaliação do Horário de Verão
Um dos principais temas debatidos no encontro foi a possível reimplementação do horário de verão. Embora o governo ainda não tenha tomado uma decisão final, a ideia segue em avaliação, e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou estudos que indicam benefícios significativos ao setor. Segundo o ONS, a adoção do horário de verão poderia gerar uma economia de até 2,5 GW no despacho de termelétricas nos horários de pico (das 18h às 21h), o que reduziria custos operacionais e contribuiria para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A economia projetada teria um impacto positivo direto na modicidade tarifária, um dos pilares defendidos pelo ministro. Além disso, o uso reduzido de termelétricas, que são fontes de energia mais caras e poluentes, contribuiria para a sustentabilidade ambiental do sistema elétrico brasileiro.
Clima e Cenário Hidrológico
O cenário climático também foi discutido na reunião. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que, nos próximos dias, o volume de chuvas deve se normalizar, o que trará alívio para os reservatórios das usinas hidrelétricas. A previsão de chuvas dentro da média histórica reforça a confiança das autoridades em relação ao abastecimento energético no final de 2024.
Ainda que o período de seca tenha sido mais intenso nos últimos anos, o país conseguiu atravessar sem maiores complicações, e os níveis de armazenamento dos reservatórios estão dentro dos limites adequados. Isso demonstra a resiliência e a capacidade do sistema elétrico brasileiro de atender à demanda mesmo em condições adversas.
Perspectivas e Decisões Futuras
A possível volta do horário de verão, extinto em 2019, continua sendo um tema controverso, com opiniões divididas entre os especialistas. Enquanto o ONS aponta ganhos de eficiência e economia, alguns setores questionam os impactos reais da medida sobre o consumo de energia e o bem-estar da população.
A decisão final sobre o retorno do horário de verão deverá ser tomada nas próximas semanas, à medida que o governo e os órgãos competentes avaliam todos os estudos e os possíveis desdobramentos da medida. Para o ministro Alexandre Silveira, qualquer decisão será tomada com base em dados técnicos sólidos, visando sempre o benefício da população e a sustentabilidade do sistema elétrico nacional.
Por ora, o que se sabe é que a segurança energética do Brasil está garantida para este ano, e o governo segue atento às questões que envolvem a eficiência energética e a modicidade tarifária, buscando sempre o equilíbrio necessário para promover o desenvolvimento econômico e social do país.