Celso Cunha, presidente da ABDAN, representa o Brasil em evento internacional que discute o papel da energia nuclear na descarbonização e segurança energética global
A Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) marcará presença na conferência internacional organizada pela Agência Internacional de Energia (IEA), que acontecerá no dia 13 de setembro de 2024, em Paris. Celso Cunha, presidente da ABDAN, foi convidado pessoalmente por Fatih Birol, diretor executivo da IEA, para participar do evento intitulado “Enabling Nuclear Power in Secure and Affordable Energy Transitions”, que reunirá líderes globais do setor nuclear, formuladores de políticas, acadêmicos e representantes de instituições financeiras.
Crescimento do interesse por energia nuclear
A conferência ocorre em um momento de aumento do interesse global pela energia nuclear, impulsionado por questões geopolíticas, como a invasão da Ucrânia pela Rússia, e o fortalecimento de compromissos ambientais, como a meta de emissões líquidas zero até 2050. Países de todo o mundo têm olhado para a energia nuclear como uma solução de fornecimento estável e escalável para a transição energética, com 25 nações já comprometidas a triplicar sua capacidade nuclear até 2050.
Entretanto, apesar do crescente interesse, os investimentos no setor nuclear não têm acompanhado essa demanda. Entre os principais desafios estão as altas tarifas, a complexidade das políticas públicas e os riscos elevados associados à construção de novos projetos. A conferência da IEA tem como objetivo debater esses obstáculos e explorar inovações que possam facilitar o desenvolvimento do setor nuclear, incluindo modelos de financiamento como os contratos por diferença (CfDs) e o Regulated Asset Base (RAB), além de atrair maior participação de instituições financeiras internacionais em projetos nucleares.
Contribuição do Brasil na transição energética
A participação de Celso Cunha na conferência é vista como um marco importante para a ABDAN e para o Brasil, reafirmando o compromisso do país em promover a energia nuclear como parte essencial de uma transição energética segura e acessível. Cunha destaca o potencial do Brasil no setor nuclear, tanto em termos de experiência acumulada quanto em capacidade tecnológica. “A conferência da IEA é uma oportunidade crucial para discutirmos como a energia nuclear pode contribuir de forma segura e acessível para a transição energética global. O Brasil, com sua vasta experiência e potencial em tecnologia nuclear, tem muito a oferecer nesse diálogo”, afirma.
A presença do Brasil na conferência também reforça sua posição no cenário internacional de energia, especialmente no momento em que as discussões sobre mudanças climáticas e descarbonização ganham força. O país, que já possui um sólido programa nuclear e busca expandir sua capacidade energética, está alinhado com os objetivos globais de redução de emissões e segurança energética.
Explorando novas formas de financiamento e mitigação de riscos
Um dos pontos centrais da conferência será a discussão de novas formas de financiamento para projetos nucleares, que buscam reduzir os riscos associados e atrair investimentos mais robustos. Modelos como o CfDs e o RAB são vistos como alternativas viáveis para impulsionar o setor. O CfDs, por exemplo, oferece um mecanismo de compensação de preços que pode garantir a estabilidade econômica de projetos nucleares, enquanto o RAB proporciona uma base de ativos regulada que torna os investimentos menos arriscados e mais atraentes para investidores.
Essas discussões são fundamentais para a elaboração de um relatório que a IEA está preparando sobre o papel da energia nuclear na transição energética, previsto para ser publicado no início de 2025. O documento fornecerá uma análise detalhada sobre como a energia nuclear pode ser uma solução para os desafios energéticos globais, equilibrando segurança, acessibilidade e sustentabilidade.
Compromisso com a transição energética global
O convite de Fatih Birol a Celso Cunha demonstra a relevância da ABDAN e de seu presidente no avanço das soluções nucleares para uma transição energética eficiente. A conferência da IEA reflete o consenso emergente de que a energia nuclear terá um papel cada vez mais importante na mitigação das mudanças climáticas e na garantia de uma matriz energética segura e acessível.
Para Celso Cunha, a conferência é uma oportunidade única de fortalecer a posição do Brasil nas discussões globais sobre o futuro energético. “Estamos comprometidos em colaborar com a comunidade internacional para superar os desafios de investimento e garantir que a energia nuclear desempenhe um papel central no futuro energético do mundo”, conclui Cunha.
