Estudos destacam viabilidade técnica e econômica e redução de emissões de CO2 com a interligação ao SIN
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicou recentemente a viabilidade técnica e econômica da interligação ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de três localidades isoladas nos estados do Amazonas e Pará, e de quatro áreas isoladas no Acre. Os estudos, realizados em parceria com distribuidoras locais, mostram benefícios econômicos significativos e uma relevante redução nas emissões de CO2.
Interligação no Amazonas e Pará
A EPE, em conjunto com as distribuidoras Amazonas Energia e Equatorial Pará, analisou a viabilidade da interligação dos municípios de Nhamundá (AM), Faro (PA) e Terra Santa (PA) ao SIN. Atualmente abastecidas por termelétricas a óleo diesel, essas localidades podem se beneficiar de uma interligação que promete reduzir consideravelmente os custos e impactos ambientais.
A Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), estabelecida em 2002, visa promover o desenvolvimento energético do Brasil. Parte dos seus recursos, geridos pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), podem ser usados para reembolsar até 100% dos custos de construção de empreendimentos de transmissão ou distribuição. Esta operação, conhecida como “sub-rogação”, é destinada a projetos no Sistema Isolado que substituam parcialmente ou totalmente a geração termoelétrica.
Segundo a Nota Técnica da EPE, a interligação das localidades de Nhamundá, Faro e Terra Santa ao SIN tem o potencial de reduzir os custos da CCC nove anos após a interligação, evitando a emissão de 640 mil toneladas de CO2 entre 2028 e 2042.
Interligação no Acre
Em outra análise, a EPE avaliou a viabilidade da interligação de quatro localidades isoladas no Acre: Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Jordão e Santa Rosa do Purus. Estes municípios também são atualmente atendidos por sistemas termoelétricos a óleo diesel.
A proposta utiliza os recursos da CCC para cobrir os custos de conexão dos sistemas isolados ao SIN, através da sub-rogação. Os estudos indicam que a interligação dos sistemas isolados de Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e Jordão pode começar a reduzir os custos da CCC a partir do quinto ano após a interligação, evitando a emissão de aproximadamente 94 mil toneladas de CO2eq durante este período.
Já a localidade de Santa Rosa do Purus apresenta um período mais longo para a recuperação do investimento, estimado em 16 anos, com uma redução de 39 mil toneladas de CO2eq. Embora o tempo de recuperação dos recursos seja maior, a interligação traria outros benefícios, como maior segurança no suprimento elétrico e redução das emissões locais, elevando a qualidade de vida da população.
Considerações Finais
Os estudos destacam que os custos das obras de distribuição ainda dependem de uma avaliação detalhada pelas distribuidoras locais, como a Energisa Acre, que já recebeu as notas técnicas com antecedência. O Ministério de Minas e Energia acompanha e fomenta a interligação e a transição energética nas regiões isoladas.
A interligação dessas localidades ao SIN representa um passo significativo para a sustentabilidade e eficiência do fornecimento de energia no Brasil. Além dos benefícios econômicos e ambientais, a medida também visa melhorar a qualidade de vida das populações locais, garantindo um fornecimento de energia mais seguro e confiável.
Para mais detalhes, acesse as Notas Técnicas publicadas pela EPE: