Empresa de propriedade da J&F Investimentos busca assumir o controle da concessionária em meio à compra de portfólio de termelétricas da Eletrobras
A Âmbar Energia, empresa pertencente à J&F Investimentos dos irmãos Joesley e Wesley Batista, anunciou sua entrada na disputa para assumir o controle da distribuidora Amazonas Energia, atualmente sob o domínio do grupo Oliveira Energia. A revelação ocorreu após a Âmbar adquirir por impressionantes R$ 4,7 bilhões o portfólio de termelétricas da Eletrobras, totalizando uma capacidade de 2 gigawatts. Com sete das treze usinas adquiridas ligadas à Amazonas Energia, a distribuidora enfrenta uma dívida considerável, estimada em quase R$ 10 bilhões.
De acordo com a Eletrobras, o acordo de venda envolve uma cláusula de earn-out no valor de R$ 1,2 bilhão, condicionada aos resultados futuros do negócio, e estipula que a Âmbar Energia assuma imediatamente os riscos de crédito dos contratos de energia associados às usinas adquiridas.
Durante as negociações das termelétricas, fontes informaram à agência de notícias Reuters que a Âmbar Energia estaria considerando a possibilidade de assumir o controle da Amazonas Energia para otimizar o negócio de geração nas termelétricas adquiridas, embora não considere a distribuição de energia como um setor estratégico.
O arranjo proposto sugere que, em caso de transferência do controle da Amazonas Energia para a Âmbar, a Eletrobras cederia todos os créditos que detém relativos aos contratos e dívidas da concessionária. Por outro lado, a ex-estatal teria a opção de compra, permitindo-lhe aproveitar os benefícios econômicos decorrentes da recuperação operacional e financeira da distribuidora.
Além disso, o acordo estabelece que a Âmbar assuma os pagamentos mensais relativos ao fornecimento de energia devidos à Eletrobras pela Amazonas Energia. Esses pagamentos foram interrompidos em dezembro, um mês após a recomendação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a caducidade do contrato com o grupo Oliveira Energia. A decisão foi tomada após a agência reguladora negar a transferência de controle da concessionária para a empresa Green Energy Soluções em Energia, que não demonstrou capacidade técnica e financeira para assumir a distribuição