Após recusa do acordo coletivo, trabalhadores adotam medida de protesto contra proposta de redução de salários, apontando para um impasse entre empresa e empregados
Os funcionários da Eletrobras tomaram a decisão de iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 10 de junho, rejeitando assim o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/26. Essa determinação foi alcançada após assembleias realizadas em todas as bases da companhia pelo país ao longo dos últimos dois dias, conforme relatado pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE).
O principal ponto de discordância entre os trabalhadores e a empresa foi a proposta de corte salarial apresentada pela Eletrobras. Inicialmente, a empresa propôs uma redução de 12,5% nos salários daqueles que ganham acima de R$ 16 mil, porém, essa oferta foi posteriormente retirada após negociações.
Na versão final da proposta, discutida na última reunião entre as partes em 23 de maio, a empresa manteve o corte para os salários acima desse valor, mas individualizado. Além disso, os salários seriam congelados por dois anos para os que recebem mais de R$ 6 mil, enquanto haveria reajuste baseado no IPCA para os demais.
O CNE argumenta que a categoria considera a proposta como prejudicial aos trabalhadores, prevendo uma perda média de R$ 51 mil ao longo de dois anos para cada funcionário. Também há acusações de pressão por parte da empresa para a aceitação do acordo, especialmente devido à oferta de um abono salarial de R$ 9 mil antes do prazo final para aceitação.
Até o momento, a Eletrobras não emitiu um posicionamento oficial sobre a greve iminente. No entanto, destacou que as negociações foram conduzidas com flexibilidade e que o acordo será assinado com os sindicatos que o aprovarem, garantindo seus efeitos imediatos.