Análise crítica revela os impactos negativos e as distorções causadas pela medida provisória
A MP propõe uma série de medidas destinadas a reduzir a tarifa de energia elétrica, buscando aliviar o peso sobre os consumidores e impulsionar a competitividade do setor. No entanto, uma análise crítica revela que, longe de promover a igualdade, a medida tende a ampliar as disparidades sociais e aprofundar as desigualdades no setor elétrico.
Um dos principais pontos de controvérsia é a possível redução da tarifa em 3,5%, financiada pelo uso de recursos de um fundo proveniente da privatização da Eletrobras. Embora essa redução seja apresentada como uma medida em prol dos mais pobres, a análise demonstra que os beneficiados serão, na verdade, os consumidores de maior poder aquisitivo, enquanto os mais pobres, que já usufruem da tarifa social, não serão impactados significativamente.
Além disso, a MP estende por três anos o prazo para que as renováveis variáveis (RVs) acessem subsídios, o que pode desencadear uma corrida bilionária por esses benefícios. Apesar do custo de investimento em RVs ter diminuído significativamente nos últimos anos, a medida perpetua a necessidade de subsídios, aumentando os custos para o consumidor e elevando os riscos para o setor.
Outra questão crítica é a possível sobrecarga do sistema elétrico devido à expansão desordenada das renováveis variáveis, sem uma infraestrutura adequada para absorver o aumento da oferta. Isso pode resultar em desperdício de energia e sobrecarga de linhas de transmissão, com consequências negativas para o consumidor.
Em suma, a MP 1212/24 representa não apenas um obstáculo para a transição energética do Brasil, mas também uma ameaça à equidade e à justiça social no setor elétrico. É essencial que o governo reavalie suas políticas e promova medidas que garantam um futuro sustentável e inclusivo para todos os brasileiros.