Pesquisa da FGV, divulgada em evento no Rio de Janeiro, destaca a contribuição socioeconômica do setor nuclear, com ênfase no estado fluminense.
Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Eletronuclear e a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), revelou os impactos positivos da energia nuclear na economia brasileira. Os resultados, divulgados durante um evento na sede da FGV, no Rio de Janeiro, apresentam dados impressionantes sobre a contribuição socioeconômica do setor, enfatizando sua importância estratégica.
Segundo o estudo, a geração de energia nuclear no Brasil representa o equivalente a R$2 bilhões de PIB, com 80% desse impacto concentrado no estado do Rio de Janeiro. Além disso, mais de 22 mil empregos são gerados pela indústria nuclear, demonstrando seu papel crucial na criação de oportunidades de trabalho no país.
Raul Lycurgo Leite, presidente da Eletronuclear, destaca a relevância dos dados apresentados pela FGV, afirmando que essas informações validam a importância dos investimentos no setor nuclear e seu reflexo positivo na economia nacional. Ele ressalta ainda o papel central do Rio de Janeiro, onde estão localizadas as usinas nucleares, como epicentro desse impacto econômico.
Além de seu impacto econômico significativo, a energia nuclear é reconhecida como uma das formas mais limpas de geração de energia, emitindo apenas 0,01% de gases do efeito estufa. Marcio Lago Couto, superintendente de pesquisa da FGV Energia, enfatiza o papel da energia nuclear na transição energética, destacando sua importância como uma fonte de energia menos poluente.
Um dos pontos altos do evento foi a capacidade do Brasil de contribuir globalmente com o fornecimento de urânio, destacando-se por dominar integralmente o ciclo do minério, desde a mineração até a produção de combustível nuclear. Com 277 mil toneladas de reservas de urânio, o Brasil possui uma posição estratégica no cenário internacional, capaz de suprir uma demanda mundial estimada em 109 mil toneladas até 2035.
Para Celso Cunha, presidente da Abdan, as atividades nucleares no Brasil não apenas garantem a segurança energética, mas também impulsionam o crescimento econômico e fortalecem a posição do país como um player estratégico no mercado internacional. Com um setor nuclear em constante evolução, o Brasil está preparado para colher os benefícios socioeconômicos proporcionados por essa tecnologia.